Ex-servidor do Governo do Estado, Thiago Rodrigues Alves, “Thiago Nanau”, negou todas as acusações feitas pelo Ministério Público em ação contra ele e outros 22 réus por esquema de corrupção em contratos de asfalto em Sidrolândia, cidade a 70 km de Campo Grande.
Nanau é acusado de ser o ‘operador financeiro’ do esquema, responsável por cobrar e receber propinas a mando do ‘chefe’, o ex-vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), que comandou os crimes no período que atuou como secretário de fazenda no município, durante gestão da sogra, Vanda Camilo (PP).
Em defesa apresentada à Justiça, o advogado de Nanau negou todas as acusações e disse que, na denúncia apresentada pelo MPMS, não constam provas concretas dos crimes apontados contra o ex-servidor.
Também afirmou não haver provas de que Thiago seria ligado a empresas de recapeamento. Conforme a denúncia, Nanau fazia a ponte entre as empresas e a liberação de recursos da Agesul.
No entanto, a defesa de Nanau afirma que o ex-servidor apenas solicitava o pagamento das notas fiscais: “Ora, é legítimo solicitar o pagamento de serviços prestados, não havendo qualquer irregularidade em tal conduta”, diz a peça juntada nos autos.
Por fim, pede que seja reconhecida a incompetência do juízo de Sidrolândia e que o caso seja remetido para uma das seis varas criminais de Campo Grande.
O que diz a denúncia contra Thiago
Thiago Rodrigues Alves fazia ponte entre os esquemas de corrupção que seriam comandados pelo vereador de Campo Grande Claudinho Serra (PSDB) e verbas liberadas pela Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), indica o MPMS.
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O suposto esquema de corrupção foi armado na Prefeitura de Sidrolândia, onde a sogra do vereador tucano, Vanda Camilo (PP), é prefeita.
O que a investigação do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) aponta é que algumas empresas que integravam a organização criminosa teriam Thiago como um gestor.
Por meio das mensagens de WhatsApp, foi identificada ligação entre Thiago, Claudinho e também Tiago Basso, ex-servidor de Sidrolândia preso na segunda fase da operação.
Em uma dessas mensagens, Thiago diz que teria falado com o ‘chefe’, como o grupo chama Claudinho Serra, e que ele autorizou 5 mil litros de combustível. A partir disso, ele acionou o servidor municipal Tiago Basso para cumprimento da decisão.
“Por meio das conversas, constatou-se que Thiago Rodrigues Alves atua diretamente perante a AGESUL, mesmo tendo contratos licitatórios com a Prefeitura de Sidrolândia”, aponta o Gecoc.
Thiago foi nomeado em 2020 e ocupava cargo na Segov (Secretaria de Governo), com rendimentos de R$ 15.888,47, conforme dados do portal da transparência. Em 30 de abril de 2021, ele foi exonerado.
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AR Pavimentação e Sinalização: empreiteira implicada
Ainda na peça, Thiago é citado como pessoa ligada à empresa AR Pavimentação e Sinalização (CNPJ 28.660.716/0001-34), do empresário Edmilson Rosa. Em março de 2022, Thiago teria enviado mensagens para Tiago Basso sobre os 5 mil litros de combustível liberados para a empresa.
Já em agosto de 2022, Thiago Alves envia mensagens para Tiago Basso, questionando sobre o envio da prestação de contas para a Agesul. Então, Basso responde que tudo “já estaria alinhado” na Prefeitura de Sidrolândia.
Com isso, Alves é orientado a entrar em contato com membros da Agesul, para liberação de recursos. Mensagens de dias depois mostram que Thiago Alves tinha ‘carta-branca’ quanto aos trâmites adotados no Executivo Municipal de Sidrolândia.
Também demonstrava que ele e outros integrantes do grupo criminoso tinham “grande influência no âmbito da Agesul/MS”, conforme relatado na investigação. Licitação investigada entre Sidrolândia e a AR Pavimentação, com recurso da Agesul de mais de R$ 1,7 milhão, teria sido alvo de investigação.
Essa obra seria de pavimentação da Avenida Aquidaban. Apesar da ligação indicada pelo Gecoc entre Thiago e a Agesul, ele nunca integrou o quadro de servidores ou mesmo foi cedido, conforme relatado ao Midiamax pela Agência.
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