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Transparência

Vereadores mais bem votados foram os que menos gastaram na última campanha em Campo Grande

Alguns suplentes chegaram a gastar mais na campanha do que parlamentares eleitos em 2020
Thalya Godoy -
Eleições municipais ocorrem em outubro. (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

Dezenas de candidatos já colocaram o nome à disposição do partido para disputar a uma cadeira na Câmara Municipal de para as eleições deste ano. A janela partidária encerra na próxima sexta-feira (5) e diversos pré-candidatos garantiram a mudança para uma sigla que consideram vantajosa ou até deixaram o cargo no poder executivo para se preparar para a campanha. 

Esta é a segunda reportagem da série do Midiamax que mostra quanto custa uma campanha municipal em Campo Grande. A primeira indicou que, para ser eleito prefeito na Capital, o custo por voto ficou quase R$ 5 mais barato no intervalo de 16 anos.

Nesta matéria, em especial, levantamento feito no DivulgaCand do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mostra como foi o desempenho dos eleitos ao cargo de vereador na campanha de 2020. 

A matéria utiliza os nomes dos partidos dos candidatos naquela época. Nem todos permanecem na mesma sigla até hoje. Vale lembrar também que os valores gastos em cada campanha podem ter origem de diversas fontes, como fundo eleitoral, doações próprias ou de terceiros. 

Os dados apontam que os vereadores mais bem votados foram os que menos desembolsaram para conquistar cada voto naquele pleito. A média de recursos gastos pelos parlamentares variou de R$ 0,95 a R$ 69,40 há quatro anos.

Custo por voto de vereadores eleitos em Campo Grande em 2020. Fonte: TSE. (Madu Livramento, Jornal Midiamax)

O político com o menor custo por voto foi Zé da Farmácia (PODE), que ficou na terceira colocação. Dividindo os R$ 4.450,00 declarados como despesas junto ao TSE pelos 4.680 votos recebidos, foram gastos uma média de R$ 0,95 para “conquistar” cada eleitor. 

Já Tiago Vargas (PSD), ficou em primeiro lugar em quantidade de votos e teve o segundo melhor custo por voto naquela corrida eleitoral, de R$ 2,18. O parlamentar declarou R$  13.504,00 em gastos e foi a preferência na urna de 6.202 pessoas. 

A Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) estabelece os limites de gastos nas campanhas em cada município. Em 2020, o limite de gastos para os candidatos a vereador em Campo Grande era de R$ 732.621,66.

Campanhas mais caras tiveram maiores custos por voto

Do outro lado, também houve campanhas mais robustas, em que dez ultrapassaram R$ 100 mil. Neste grupo, quatro parlamentares desembolsaram mais de R$ 150 mil para conquistar uma das 29 vagas para vereador. Estas campanhas também tiveram os custos por votos mais caros naquela corrida eleitoral.

Doutor Victor Rocha (PP) ficou em primeiro lugar nesta lista. O político declarou R$ 150.110,86 em despesas e foi a escolha de 2.163 eleitores, resultando em um “custo-benefício” médio por voto de R$ 69,40. O parlamentar ficou com a 26ª colocação. 

Em seguida, nesta lista, vem William Maksoud (PTB). O político garantiu a 15ª posição no pleito e teve um custo por voto de R$ 46,11, visto que investiu R$ 168.457,89 e obteve 3.653 votos. Este foi também o maior valor desembolsado entre os candidatos eleitos.

Suplentes chegaram a gastar mais que eleitos

Candidatos disputam uma das 29 cadeiras. (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

No decorrer do mandato na Casa de Leis, alguns vereadores pediram afastamento para assumir outros cargos – seja no legislativo ou no executivo. Assim, quem assume a cadeira é o suplente que, em alguns casos, chega a desembolsar até mais recursos na campanha eleitoral do que o eleito. 

Um desses casos é o da Luiza Ribeiro (PT) que assumiu como suplente o cargo da Camila Jara (PT), que foi eleita como deputada federal em 2022. A parlamentar era a única mulher entre os 29 na Câmara de Vereadores e o bastão foi passado para a correligionária. 

Camila Jara teve um custo por voto de R$ 11,56, enquanto da suplente Luiza Ribeiro foi de R$ 33,81, o que representa uma diferença de R$ 22,52. 

Outro que passou pelo mesmo foi Claudinho Serra (PSDB). Cada voto por eleitor saiu, em média, por R$ 46,50. Inicialmente, foi suplente do correligionário João Rocha (R$ 28,62), mas atualmente está no lugar de Ademir Santana (R$ 21,48). Assim, a diferença no valor gasto em cada um dos casos, respectivamente, é de R$ 17,88 e R$ 25,02. 

Como o eleitor escolhe o vereador?

A escolha do eleitor por um vereador passa por diversos critérios, como relevância e proximidade com as pautas de candidaturas. Recursos, alianças políticas, influência e outros detalhes são importantes na corrida eleitoral.

Contudo, segundo o cientista político e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Daniel , essa preferência por vereador X ou Y tende a passar por filtros pessoais. 

“A escolha do vereador tende a passar por critérios ainda mais pessoais que para a escolha do/a prefeito/a. O eleitor tende a votar no candidato do seu bairro, da sua igreja, do seu sindicato etc.”, exemplifica. 

Outro detalhe para a corrida eleitoral municipal de 2024 será o retorno das campanhas presenciais, visto que a de 2020 ocorreu durante a pandemia de Covid-19. 

“Com relação aos itens de campanha, as estratégias tradicionais têm muito peso ainda, como cabo eleitoral, adesivagem, rádio/TV, etc.”, aponta. 

O que dizem os candidatos?

O Midiamax entrou em contato com os dois candidatos eleitos a vereador que tiveram o maior custo por voto e com o que desembolsou menos dinheiro para conquistar o eleitorado. O espaço também foi aberto para manifestação para os suplentes que tiveram despesas maiores que os eleitos.

Zé da Farmácia afirmou que a profissão o aproximou do eleitorado. “Tive pouco recurso para a campanha, então o jeito foi pôr os pés no chão e assim fiz. Andando rua a rua das Moreninhas, Região do Centro-Oeste, feiras livres e usando muito a rede social. O seguimento de farmácia me aproxima muito das pessoas, acredito que foi o meu forte”, afirma o parlamentar.

Já o Dr. Victor Rocha afirmou que declarou tudo o que foi gasto. “O valor arrecadado para a campanha e o que foi utilizado foi o que foi declarado, conforme orientação da Justiça Eleitoral, com as contas aprovadas pelo TRE [Tribunal Regional Eleitoral]”, ressaltou.

Claudinho Serra também se manifestou sobre o assunto e alegou que a disputa eleitoral é mais difícil para os candidatos que não ocupam uma cadeira na Casa de Leis. “Eu não tinha mandato como esses que foram exemplificados e o mandato tem toda uma estrutura, de mídia, pessoal, trabalho, etc., mas fiquei muito feliz e sou grato pelos 3.616 votos que tive em 2020”, apontou.

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