Em Mato Grosso do Sul o Sesi (Serviço Social da Indústria) atingiu um rombo operacional de R$ 24,63 milhões em 2022. Além disso, mantém muitos imóveis parados e oferece poucas vagas gratuitas nos cursos que oferece, segundo revelou relatório da CGU (Controladoria-Geral da União).

Assim, a análise dos auditores e técnicos da Controladoria-Geral da União apontou que o Sesi-MS manteve déficit operacional em todo o quinquênio entre 2018 a 2022. Para cobrir o saldo negativo, a entidade recebeu subvenções do Departamento Nacional.

Entretanto, o relatório oficial mostra que ainda com o dinheiro recebido da nacional, o “rombo” saltou de R$ 11,02 milhões em 2018 para R$ 24,63 milhões em 2022.

O relatório usou dados levantados pela CGU com informações do Sesi-MS e pesquisa ao Portal da Transparência da entidade. Os déficits ocorrem em todos os anos do período analisado: 

  • 2018: R$ – 11.028.128,97;
  • 2019: R$ – 5.622.615,31
  • 2020: R$ -6.793.415,53
  • 2021: R$ – 8.428.312,86
  • 2022: R$ -24.633.354,68

O “Relatório De Avaliação – Serviço Social da Indústria em Mato Grosso do Sul – SESI/MS – Exercício 2024” também apontou alto grau de imobilização do patrimônio líquido do SESI/MS, o que significa que a entidade está dependente de recursos de terceiros para a manutenção das atividades.

Muita aplicação financeira, pouco curso de graça

Ademais, a verificação da CGU também analisou os recursos disponíveis em contas bancárias. E achou muito dinheiro aplicado em investimentos financeiros que poderiam ser utilizados no desenvolvimento das atividades fins do Sesi.

O Serviço Social da Indústria, vinculado em Mato Grosso do Sul à Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), é mantido com a promessa de oferecer formação para mão-de-obra no setor industrial.

No entanto, nas análises realizadas, a CGU flagrou que a entidade manteve “valores expressivos em aplicações financeiras, passando de um montante de R$ 95.219.552,10 em 31 de dezembro de 2018, para R$ 131.754.731,32 em 31 de dezembro de 2022”. 

Entretanto, em todo o período analisado, apenas R$ 48.143.912,38 foram investidos no programa de gratuidade pelo Sesi-MS. Desta forma, a atividade para a qual foi criada a entidade deixou de ser prioridade na aplicação dos recursos.

A conclusão, portanto, é que o SESI-MS possui “ampla margem” para ampliar os investimentos no programa de gratuidade em benefício da sociedade, visto que no período analisado essas gratuitas representaram, em média, pouco mais de 7,5% do valor em aplicações financeiras. 

Sesi-MS mantém muitos terrenos ociosos

Os imóveis também foram analisados. Em suma, no fim de de 2022, a estrutura física da entidade contava com 61 imóveis, sendo 17 de uso próprio (04 compartilhados), 19 cedidos, 24 terrenos e 01 alugado de terceiros (compartilhado). 

Ao mesmo tempo, encontravam-se em obras 3 imóveis de uso próprio e 2 cedidos. Assim, em termos financeiros, em 31 de dezembro de 2022, os bens imóveis possuíam o valor de R$  173.770.886,93.

Apenas um terreno sofreu alienação no período. Localizado em Ponta Porã, foi leiloado por R$ 859.838,00. 

Outras propriedades estão ociosas. Confira a lista:

  • 19 terrenos, no Loteamento Búzios, em Campo Grande²;
  • 1 terreno no José Abrãao, em Campo Grande;
  • 4 terrenos do Projeto Paraíso, em Três Lagoas;
  • 1 imóvel no centro de Três Lagoas;

Assim, uma das recomendações da CGU ao Sesi-MS é otimizar a utilização dos imóveis na prestação de serviços ao público-alvo ou, no caso de inviabilidade, a venda dos bens, de acordo com as normas vigentes.

O Midiamax acionou o Sesi para se manifestar sobre as revelações do relatório e aguarda resposta. Assim, o espaço continua aberto para manifestações.

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