‘Sabia que iam vir’: Secretário pediu exoneração 10 dias antes de operação contra corrupção na gestão do PSDB em Terenos

Gaeco prendeu servidor de confiança do prefeito Henrique Budke (PSDB) por fraudar licitações

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Vereador Caco questiona se prefeito e secretário sabiam de operação contra corrupção em Terenos (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

“O que dá a entender? Que tinham informação privilegiada, sabiam que iam vir, por isso pediu exoneração”, dispara o vereador Clayton Cleone Melo Welter (PP), o Caco – 1º secretário da Câmara -, sobre saída do secretário de obras do município, Isaac Cardoso Bisneto, dez dias antes da Operação Velatus, que revelou esquema de corrupção durante a gestão do PSDB em Terenos – a 31 km de Campo Grande.

Consta no Diário Oficial do município, do dia 2 de agosto, exoneração a pedido do secretário. A exoneração foi assinada pelo prefeito Henrique Wancura Budke (PSDB). O cargo do primeiro escalão da gestão tucana é uma nomeação política e considerado de confiança do prefeito.

No dia 13 de agosto, equipes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) estiveram no município cumprindo mandados de busca e apreensão.

No dia, também foi cumprido mandado de prisão preventiva contra Isaac, que permanece atrás das grades.

A reportagem questionou o prefeito Henrique (PSDB) sobre suposta informação privilegiada e sobre os motivos apresentados pelo secretário ao pedir exoneração, mas não obtivemos resposta até o momento.

O Jornal Midiamax também questionou o Gaeco sobre o possível vazamento de informações e se as denúncias seriam investigadas, mas não obtivemos retorno.

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A investigação que implica a gestão do PSDB foi chamada pelos promotores de “farra das empresas convidadas”. Segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), quatro empreiteiras se revezavam para vencer licitações, repassavam dinheiro umas às outras e faziam empréstimos para os ‘parceiros’ darem conta de tocar obras as quais venceram licitação.

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“Isso é importante para nós população terenense. Nós tivemos requerimentos aprovados aqui nesta casa, todos os vereadores aqui. A resposta veio, que estava tudo dentro da conformidade, tudo dentro da lei. Muitas vezes nos sentimos desconfortáveis do que estava acontecendo. Ninguém aqui nessa casa ia votar se não tivesse percebido se não tivesse alguma coisa fora da conformidade”, disse a vereadora Lucilha de Almeida (PP).

“Carta convite, sempre fui contra, porque destina para quem vai. Tudo que eles (MPMS) tem, é muito mais do que nós vereadores tivemos como resposta de requerimentos”, comentou o vereador Xirú (MDB). “O serviço foi de péssima qualidade, quando choveu lavou a tinta. Que faça com lisura”, ressaltou o vereador sobre obra relacionada à educação.

“Não é fácil e não nos deixa feliz o que aconteceu na nossa cidade. Foi falado nesta Câmara, não foi uma, duas vezes. Foi falado nesta casa. Engenheiro que não vai em obra. Tem coisas que são denunciadas, mas MP está aí para provar. Vereador está aqui para fiscalizar sim, mas muitas vezes, nós não sabemos o dia que tem licitação. Eles marcam um dia e muitas vezes não fazem, fazem no outro dia”, disse o vereador Caco (PP).

“Não foi surpresa, sempre essa casa cobrou, sempre fez requerimento. Com certeza a verdade vem à tona, não vamos julgar até que o MP tome decisões”, falou o vereador Zé Paraíba (PP).

Ex-secretário de obras que ajudava empreiteiros parceiros é preso

Empreiteiro investigado por corrupção na gestão do prefeito do PSDB, Henrique Budke, após deixar delegacia (Nathália Alcântara, Jornal Midiamax)

Um dos investigados na operação é o ex-secretário Isaac Bisneto. Ele completa nesta terça-feira uma semana atrás das grades.

Isaac teve habeas corpus negado liminarmente, mas desistiu do pedido e trocou de advogado.

Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, o secretário de obras teria aderido a suposto esquema de corrupção entre empresários investigados. Então, estaria recebendo propina em nome do pai.

Assim, investigação do MPMS obteve planilhas e comprovantes de Pix para o pai de Isaac, que recebeu R$ 21 mil de Cleberson José Chavoni Silva, R$ 2 mil de Sandro Bortoloto (da Angico) e da empresa Angico – vencedora da licitação. Todas constam na planilha denominada “Finalizado – Thiago Calçadas”.

De acordo com mensagens extraídas do aparelho de Isaac, o secretário mostrou preocupação a Hander Grote Chaves (HG Empreiteira), que não estava conseguindo uma documentação com o Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de MS) para participar de licitação dada como certa.

“Eu to achando que ele não vai conseguir participar de uma licitação que era para ele ganhar um negócio de 280 mil, porque o CREA descobriu que teve esse aditivo, e tá cobrando de ter um atestado e ter um ART complementar disso aí”, disse Isaac.

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