O advogado do vereador licenciado do PSDB em Campo Grande, Claudinho Serra, pediu à Justiça alteração do endereço após oficial de Justiça tentar citá-lo no Centro de Triagem Anísio Lima, onde ficou preso por 23 dias sob acusação de chefiar esquema de corrupção em Sidrolândia, município administrado pela sua sogra, Vanda Camilo (PP).

Conforme certidão de citação negativa apresentada pelo oficial de Justiça, um policial penal o informou que Claudinho já havia deixado o local com tornozeleira.

Então, o tucano réu por corrupção apresentou ao juiz novo endereço – em Campo Grande – para citação sobre andamento do processo.

Claudinho ficou preso por 23 dias por chefiar corrupção em Sidrolândia

O parlamentar licenciado ficou preso por 23 dias, acusado de ser o mentor de suposto esquema de corrupção que desviava recursos da prefeitura de Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande, enquanto era o secretário municipal de Fazenda. A sogra dele é a prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP).

Claudinho Serra e outras 21 pessoas tornaram-se réus no processo que investiga as fraudes no Município.

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Desde então, Claudinho deve cumprir medidas cautelares como tornozeleira eletrônica e não poderá sair de casa à noite, inclusive aos fins de semana e feriados, no horário das 20h às 6h. Além disso, não pode manter contato com os demais investigados e testemunhas no processo.

 Caso descumpra as condições, o vereador retornará para o cárcere preventivo.

Vereador preso

Vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB) foi preso em 3 de abril após mandado de prisão autorizado pela Justiça por suspeitas de esquema de corrupção, durante a terceira fase da Operação Tromper. Não foi encontrada arma durante busca e apreensão na casa do vereador, em um condomínio da Capital.

O parlamentar é ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia e genro da prefeita Vanda Camilo. Ele foi um dos oito alvos de prisão da operação, comandada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e da Polícia Militar, que apura corrupção na prefeitura de Sidrolândia.

Foram cumpridos também 28 mandados de busca e apreensão por suspeita de corrupção em contratos de asfalto, segundo divulgou o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul).

A investigação, tocada pela 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Sidrolândia, ratificou a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais.

Também foi identificada nova ramificação da organização criminosa, atuante no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica. Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 15 milhões.

A operação contou com o apoio operacional do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, além da assessoria militar do MPMS.

Operação Tromper

Nas duas primeiras fases da Operação Tromper, os agentes investigaram corrupção na Prefeitura de Sidrolândia, cidade distante 70 quilômetros de Campo Grande. Durante as investigações, foi descoberto, segundo o Gecoc, conluio entre empresas que participaram de licitações e firmaram contratos com a Prefeitura de Sidrolândia, que somados chegam a valores milionários.

Ainda segundo as apurações, também foi investigada a existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e desvio de dinheiro público, bem como o pagamento de propina a agentes públicos, inclusive em troca do compartilhamento de informações privilegiadas da administração pública.