MPMS cita ‘dependência de cargos políticos’ e nega pedido de Claudinho Serra para tirar tornozeleira
Promotores citam que monitoramento de vereador do PSDB é necessário pela ‘ordem pública’
Gabriel Maymone –
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“Requerente, que aparentemente não exerce nenhuma profissão a não ser a anterior dedicação em cargos públicos ou políticos”. Esse é um dos argumentos utilizados pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) ao se manifestar contra pedido de Claudinho Serra (PSDB) – vereador licenciado de Campo Grande – para se livrar da tornozeleira eletrônica.
Recentemente, o mesmo MPMS liberou o empresário e advogado apontado na denúncia por sacar propina, Milton Matheus Paiva Matos, da tornozeleira. Isso porque ele fechou o 2º acordo de colaboração premiada para delatar o esquema. “Destaca-se que a retirada do equipamento de Milton Matheus Matos Paiva ocorreu em razão de sua postura processual, revelada diante da intenção em colaborar com a apuração dos fatos”.
Os dois são réus, juntamente com outras 20 pessoas, por esquema de corrupção em Sidrolândia, que tinha Claudinho Serra como chefe.
E, justamente por ser o ‘cabeça’ da organização criminosa é que os promotores de Justiça, Bianka M. A. Mendes e Adriano Lobo Viana de Resende, se manifestaram contra o pedido de Claudinho. Também negaram liberar a tornozeleira a Carmo Name Júnior, assessor braço direito do vereador licenciado, responsável por receber propinas de empresários que venciam licitações em Sidrolândia.
Por fim, os promotores também reforçaram a ordem pública para se manifestarem contra o pedido. “Reforçando, a necessidade de se interromper ou diminuir a atuação de integrantes de organização criminosa enquadra-se no conceito de garantia da ordem pública, sendo, pois, a intenção do monitoramento eletrônico evitar que a organização criminosa continue as suas atividades, sem que ocorra encontros e contatos entre os investigados na perpetuação da atividade ilícita“.
Agora, a decisão de liberar ou manter a tornozeleira está nas mãos do juiz Fernando Moreira Freitas da Silva.
Vereador do PSDB comandou esquema de corrupção em Sidrolândia
O parlamentar é ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia. Está implicado nas investigações da 3ª fase da Operação Tromper, deflagrada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Claudinho Serra e outros 21 viraram réus, em 19 de abril, após o juiz da Vara Criminal da comarca de Sidrolândia, Fernando Moreira Freitas da Silva, aceitar a denúncia apresentada pelo MPMS.
Investigações do Gecoc e delação premiada do ex-servidor Tiago Basso da Silva apontam supostas fraudes em diferentes setores da Prefeitura de Sidrolândia, como no Cemitério Municipal, na Fundação Indígena, abastecimento da frota de veículos e repasses para Serra feitos por empresários. Os valores variaram de 10% a 30% do valor do contrato, a depender do tipo de “mesada”.
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