Justiça nega suspender ação por escândalo de corrupção em Sidrolândia

Juiz, no entanto, apontou que advogado teve outras oportunidades para se manifestar no processo, mas não o fez

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Claudinho Serra e Frescura, apontado pelo Gaeco como 'líder empresarial' do esquema de corrupção em Sidrolândia (Reprodução)

O juiz Fernando Moreira Freitas da Silva negou pedido para suspender a ação por escândalo de corrupção chefiado pelo vereador licenciado de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB). O tucano é apontado pelas investigações como chefe de fraudes em Sidrolândia – cidade a 70 km da Capital, administrada pela sogra do parlamentar, a prefeita Vanda Camilo (PP).

O pedido foi feito pela defesa do empresário Ueverton Macedo da Silva, o Frescura. A defesa dele alegou que precisaria, primeiro, confirmar as contrapartidas dos dois delatores do processo para poder apresentar sua defesa no processo.

No entanto, o magistrado lembrou que o advogado teve outras oportunidades de se manifestar no processo, mas não o fez.

Então, proferiu decisão negando o pedido de suspensão.

‘Líder empresarial’, Frescura também virou réu por obstrução da Justiça

Ueverton deu ‘balão’ no Gaeco durante cumprimento de mandado ao ser preso no dia da operação. Ele escondeu celulares em um bunker, segundo as investigações. Os aparelhos nunca foram apreendidos.

Por isso, ele foi denunciado e se tornou réu por obstrução da Justiça. Além disso, também é réu pelos crimes de associação criminosa, fraude em licitação, violação de sigilo em licitação, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, e peculato.

Frescura é preso após operação contra compra de votos em Sidrolândia

No último dia 26 de outubro, Frescura chegou a ser preso novamente. Desta vez por outra acusação: compra de votos.

De acordo com a denúncia, em um dos endereços alvos da operação foi encontrado uma agenda com manuscritos e comprovantes soltos. Na agenda havia anotações de nomes de pessoas vinculadas à política municipal, e valores: R$ 3 mil associados a uma assessora da prefeita. 

Também havia anotação relacionando ao valor de R$ 10 mil a um vereador que, atualmente, ocupa o cargo de vereador em Sidrolândia–, e, logo abaixo, valores idênticos, dessa vez atrelados a também um vereador em Sidrolândia/MS.

O Jornal Midiamax entrou em contato com o advogado de Frescura, Fábio de Melo Ferraz, para saber da prisão de Ueverton e a defesa não deu detalhes sobre a prisão. “Não tivemos acesso ao teor dos autos”. O espaço segue aberto para futuras manifestações. 

A operação foi deflagrada no dia 4 do mês passado, em Sidrolândia. Na época foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em residências e cinco mandados de busca e apreensão de veículos.

Delator devolve dinheiro de propina e confirma acordo

O ex-chefe de compras da prefeitura de Sidrolândia, Thiago Basso da Silva, informou à Justiça a devolução de R$ 80 mil referente à devolução de valor que teria recebido como propina para operar esquema chefiado por Claudinho Serra.

A devolução faz parte de acordo de colaboração premiada feita com o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Dessa forma, Basso confirma que cumpre a contrapartida e mantém o acordo.

Em depoimento de delação feita aos promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), o ex-servidor detalhou como funcionava todo o esquema chefiado pelo vereador do PSDB. No total, 23 investigados se tornaram réus pelo esquema de corrupção no município de Sidrolândia, que fica a 70 km de Campo Grande.

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