Delatora de esquema de corrupção chefiado pelo ex-vereador do PSDB em Amambai, Valter Brito da Silva, a empresária Joice Mara Estigarribia da Silva conseguiu na Justiça um contramandado de prisão, que é uma decisão que anula um mandado ainda pendente de cumprimento. Ou seja, ela não chegou a ser presa.

Decisões recentes da Justiça colocaram dois investigados de novo atrás das grades, são eles: Júlio Arantes Varoni (empreiteiro) – preso dia 5 de agosto -, Jucelia Barros Rodrigues (servidora municipal) – presa dia 1º de agosto.

Por outro lado, o ex-vereador, que também é empresário e ex-vice-prefeito, Valter Brito, segue em prisão domiciliar. Já sua filha, sócia em uma empresa implicada na operação, Letícia de Carvalho Teoli Vitorasso, está em liberdade provisória, com monitoramento eletrônico da tornozeleira. Também réu por envolvimento no esquema, o genro de Valter, Jonathan Fraga de Lima, cumpre medidas cautelares.

Confira a participação de cada um no esquema que fraudou ao menos 33 licitações em Amambai:

Júlio Arantes Varoni: sócio de empresas com contratos de altos valores com a prefeitura de Amambai e apontado por repassar grandes quantias a Valter.
Joice Mara Estigarribia da Silva: sócia de empresa que apresenta elementos que evidenciam fraude ao caráter competitivo do processo licitatório, bem como foi e ainda figura como assessora parlamentar na Câmara Municipal de Amambai/MS.
Jucelia Barros Rodrigues: servidora municipal, ex-gerente de contratos, responsável por fiscalizar os contratos e tem envolvimento no fraude às licitações.

Ex-vereador comandava esquema de fraudes em licitações em Amambai

As investigações contra o então vereador Valter Brito da Silva (PSDB), de Amambai, indicam que o parlamentar recebeu mais de R$ 5 milhões em propina de empresários. Portanto, a acusação é de que Valter comandava um esquema de corrupção e fraudes em licitações.

Os promotores do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), Adriano Lobo Viana de Resende e Humberto Lapa Ferri, ofereceram a denúncia em 1º de dezembro de 2023. A promotora Nara Mendes dos Santos Fernandes também participou do oferecimento.

Logo após, no dia 6, o juiz Daniel Raymundo da Matta, da Vara Criminal de Amambai, recebeu a denúncia e tornou os 17 investigados réus.

As investigações apontam o ex-vereador e também ex-vice-prefeito, Valter Brito, como comandante da organização criminosa. Assim, o grupo teria desviado dinheiro público através da criação das empresas fictícias.

Ao todo, 13 empresas são relacionadas a Valter, sendo que todas estão em nome de familiares e pessoas próximas ao parlamentar. Um dos exemplos é a C&C Construtora, que tem como sócio Francisco Maciel da Cruz.