Empreiteira alvo de operação por corrupção ‘ganhou’ R$ 5,6 milhões em contratos na gestão do PSDB em Terenos

Em pouco mais de dois anos, a HG empreiteira conquistou contratos milionários assinados pelo prefeito Henrique Budke (PSDB)

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Sede da empreiteira que tem R$ 5,6 milhões em contratos com a prefeitura de Terenos (Nathália Alcântara, Jornal Midiamax)

A empreiteira HG Empreiteira & Negocios Ltda (CNPJ 40.958.474/0001-65), alvo de operação contra corrupção em Terenos – distante 30 km de Campo Grande -, ‘ganhou’ R$ 5.680.393,11 em contratos para tocar diversas obras durante a gestão do atual prefeito, Henrique Wancura Budke (PSDB).

O proprietário da HG, Hander Luiz Correa Grote Chaves, chegou a ser preso na manhã desta terça-feira (13), ao ser flagrado com uma arma de fogo calibre .22. O flagrante ocorreu durante cumprimento de mandados no contexto da Operação ‘Velatus’, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) para investigar organização criminosa que fraudava licitações com participação de servidores municipais de Terenos.

Conforme informações oficiais do Portal Transparência do município de Terenos, a empreiteira conquistou seis contratos durante a atual gestão do PSDB no município. Todos os contratos foram assinados por Hander e pelo prefeito Henrique.

De acordo com a Receita Federal, a empresa foi aberta em fevereiro de 2021 e, um ano depois, já conquistava seu primeiro contrato com o município de Terenos. As investigações do Gaeco apontam que o grupo formado por empresários e servidores municipais chegou a criar CNPJs de empresas sem estrutura e capacidade financeira do porte para tocar obras.

Então, em maio de 2022, foram dois contratos celebrados entre o município de Terenos e a HG. O primeiro no valor de R$ 1.032.737,54 para construção de posto de saúde no Assentamento “Sete de Setembro”, zona rural. Outro de R$ 744.570,74 para construção de cinco unidades de saúde: Santa Mônica, Patagonia, Vila Ferreira, Jamic Polo e Vila Jamil.

Presos foram levados para a Delegacia de Polícia Civil de Terenos (Nathália Alcântara, Jornal Midiamax)

Já em 2023, foram três licitações vencidas. Uma para reforma e ampliação do Cras (Centro de Referência de Assistência Social) no valor de R$ 1.451.371,69. Depois, por carta convite (quando prefeitura convida empresas selecionadas para participar de licitação), conseguiu contrato para reformar o Centro Cultural Ramez Tebet, por R$ 381.452,56.

Ainda em 2023, foi celebrado o contrato mais vultoso da HG, de R$ 1.952.768,69 para reformar a escola municipal Antônio Sandim de Rezende. A obra conta com recursos estaduais.

Por fim, o contrato mais recente foi firmado este ano, após dispensa de licitação, em que o município de Terenos paga R$ 117.491,89 para a HG fazer a cobertura da feira municipal.

Procurado pela reportagem, o prefeito Henrique Budke não respondeu aos questionamentos sobre os contratos ou sobre a operação. O espaço segue aberto parta manifestação.

Grupo criou empresa para ganhar licitações

Equipes do Gaeco e Gecoc cumpriram 15 mandados, sendo 9 em Terenos, 5 em Campo Grande e um em Santa Fé do Sul, interior de São Paulo.

No total, duas pessoas foram presas: o dono da HG, Handerson por posse de arma – foi liberado após pagar fiança de R$ 9.884 – e outra pessoa por força de mandado de prisão preventiva.

De acordo com nota do MPMS (Ministério Público de MS), foi identificado esquema de corrupção que contava com participação de servidores públicos com empresários para fraudar licitações.

O Gaeco também apurou que grupo criou empresas sem estrutura ou experiência para celebrar contratos com a administração pública.

O nome da Operação é “Velatus”, que significa “velado”, em latim. A expressão remete à forma de atuação dos investigados, os quais agiram de forma insidiosa e velada para praticar crimes contra a Administração Pública.

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