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Transparência

Claudinho Serra mandou fraudar notas fiscais até na hora de pagar iPhone para assessora

Segundo investigações, compra de iPhone para servidora teria anuência de Claudinho Serra
Thalya Godoy -
Aparelho entregue para servidora; Claudinho Serra. (PIC; Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

Até na hora de pagar um iPhone de última geração para uma assessora, Claudinho Serra mandou fraudar notas fiscais. Assim, o grupo pagou o smartphone com dinheiro desviado da Prefeitura de Sidrolândia, segundo relatório dos promotores que investigaram o caso.

O episódio é um exemplo de como o uso de notas fiscais frias e superfaturadas virou rotina para a organização criminosa chefiada por Claudinho Serra.

Na época, ele era secretário de fazenda na cidade, onde a sogra, Vanda Camilo (PP), ainda é prefeita. Atualmente o vereador do PSDB em Campo Grande está preso e se tornou réu, acusado de chefiar o esquema de desvios de recursos na Prefeitura de Sidrolândia.

Desta forma, para atender ao pedido da servidora municipal que queria um iPhone, de acordo com o PIC (Procedimento de Investigação Criminal) do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), o grupo teria fraudado notas fiscais com dados falsos emitidas pela empresa 3M Produtos e Serviços.

A empresa é de Milton Matheus Paiva Matos, que também está preso. Conforme os promotores, a compra teria sido feita “a mando e/ou com a anuência” de Claudinho Serra, que na época era o secretário municipal de Fazenda. 

iPhone para assessora pago com 50% de ‘lucro’

Assim, em 20 de setembro de 2022, Milton Matos e Tiago Basso da Silva (servidor exonerado que fechou acordo de delação premiada) iniciam as conversas para comprar o aparelho para a assessora. O modelo escolhido foi um iPhone 13 Pro Max com 128 gb.

Posteriormente, Milton avisa Tiago que o celular “tá no jeito” para ser entregue. Na sequência, manda fotos da encomenda (aparelho e carregador) e combinam a entrega às 18h. No mesmo dia, Tiago avisa Claudinho Serra às 18h06 que estava em posse do iPhone.

“Tá na mão chefe”, diz uma das mensagens dirigidas ao vereador do PSDB em Campo Grande.

Relembre: Juiz aceita denúncia e Claudinho Serra e outros 21 se tornam réus por esquema de corrupção

Claudinho responde que no dia seguinte entregaria o aparelho para a assessora. Em 23 de setembro, ela entra em contato com Tiago Basso para cobrar a entrega do iPhone. 

Após isso, Tiago envia mensagem para Claudinho Serra contando que a servidora pediu a entrega do aparelho, mas que teria deixado com outra pessoa, que entregaria o celular para o vereador.

No mesmo dia, Milton Paiva envia mensagens para Tiago Basso informando que o aparelho teria custado R$ 7 mil, sendo R$ 6.750 pelo aparelho mais R$ 250 pelo carregador e gastos com gasolina. 

“Pensei em margem de 65%, pelo adiantamento. Vê o que consegue pra nós”, pede Milton Matos sobre a “margem de lucro vislumbrada”. 

Já em 4 de outubro, Milton envia seis notas fiscais emitidas pela empresa 3M (produtos diversos), que somadas totalizaram a quantia de R$ 10.067,85, “perfazendo aproximadamente 50% de margem de lucro, inferindo-se que tais notas fiscais tenham figurado como meio para o pagamento do aparelho celular destinado a servidora”, diz a investigação.

Assessora não sabia da fraude e deixou iPhone na Prefeitura

A assessora mencionada nas investigações não foi presa e nem alvo de busca e apreensão. O Jornal Midiamax entrou em contato com a servidora, que informou que o aparelho nunca foi para seu uso pessoal.

“Esse celular não me pertence, não está sob minha posse e nunca o utilizei para fins particulares. O aparelho continua lá sendo usado exclusivamente para atender às demandas da prefeitura”, explicou.

Além disso, a assessora diz que não tinha conhecimento da suposta ‘falcatrua’ na fase licitatória.

“Quanto à alegação de fraude na licitação para a aquisição do aparelho, desconheço completamente como isso ocorreu. Como não sou responsável pela parte técnica das licitações, não tenho conhecimento dos procedimentos utilizados. Meu nome foi mencionado porque solicitei o celular, porém, em nenhum momento foi para uso pessoal e muito menos para fraudar qualquer processo licitatório”, completou.

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