Cezário se livra de prisão após princípio de infarto e é liberado com tornozeleira eletrônica

Presidente afastado da FFMS fica proibido de deixar Campo Grande e de se aproximar da sede da entidade

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Cezário foi preso pelo Gaeco (Alicce Rodrigues, Arquivo Midiamax)

O presidente afastado da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Francisco Cezário de Oliveira, 77 anos, conseguiu na Justiça liminar para deixar a prisão e ser monitorado por tornozeleira eletrônica. A decisão liminar é da desembargadora Elizabete Anache, da 1ª Câmara Criminal.

Conforme a decisão, Cezário também está proibido de ter contato com os demais acusados e testemunhas, de deixar a comarca de Campo Grande por mais de oito dias sem anuência da Justiça, de mudança de endereço sem comunicar em juízo, de comparecer à sede da FFMS e suspensão de exercer qualquer função na entidade.

O mandatário afastado do futebol sul-mato-grossense ficou preso por 15 dias acusado de chefiar grupo que teria desviado mais de R$ 6 milhões da entidade.

Um dos advogados de defesa de Cezário, André Borges (Reprodução)

Ao Jornal Midiamax, os advogados de defesa de Cezário, André Borges e Julicezar Barbosa, se pronunciaram sobre a decisão: “Francisco Cezário agora cuidará da saúde e da defesa que apresentará à boa justiça estadual”.

A Justiça havia negado dois pedidos de liberdade a Cezário.

Cezário sofreu princípio de infarto após morte de irmã

O dirigente afastado passou mal na noite de quarta-feira (5) ao sofrer princípio de infarto e foi internado às pressas no Hospital da Cassems, onde passa por procedimento de cateterismo na manhã desta quinta-feira (6).

A irmã de Cezário, Maria Roza de Oliveira, estava acamada, devido a um acidente vascular cerebral. O velório acontece nesta quinta-feira.

Cezário é denunciado por chefiar esquema que desviou R$ 10 milhões do futebol de MS

Operação Cartão Vermelho na Federação de Futebol de MS (Foto: Alicce Rodrigues, Midiamax)

Francisco Cezário de Oliveira, 77 anos, e mais 11 pessoas foram denunciadas pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pelos crimes de integrar organização criminosa, peculato, furto qualificado, falsidade ideológica e lavagem de capitais.

Conforme a denúncia baseada nas investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), o montante desviado pelo grupo de Cezário superou os R$ 6 milhões apurados inicialmente. Logo, apurou-se que os valores podem ultrapassar os R$ 10 milhões, segundo o Gaeco.

Ainda, na denúncia, o MPMS pede pagamento para reparação de danos no valor de R$ 20 milhões, sendo R$ 10 milhões para reparar os prejuízos causados à FFMS e o restante a título de danos morais coletivos.

Procurado pela reportagem, o advogado de defesa de Cezário, André Borges, comentou sobre a denúncia: “Defesa no momento está concentrada na obtenção da liberdade; logo adiante Cezário se defenderá e terá muito a dizer e comprovar”.

Outros 11 acusados de integrar o grupo também foram denunciados, confira:

  • Aparecido Alves Pereira (Cido): árbitro e ex-funcionário da FFMS; integrar organização criminosa, peculato, furto qualificado, falsidade ideológica e lavagem de capitais;
  • Francisco Carlos Pereira (sobrinho de Cezário): integrar organização criminosa e furto qualificado;
  • Marcelo Mitsuo Ezoe Pereira: ex-servidor municipal lotado na secretaria de gestão; integrar organização criminosa, furto qualificado e lavagem de capitais;
  • Umberto Alves Pereira (Beto), apontado como principal operador do esquema: integrar organização criminosa, peculato, furto qualificado, falsidade ideológica e lavagem de capitais;
  • Valdir Alves Pereira (sobrinho de Cezário); integrar organização criminosa e furto qualificado;
  • Rudson Bogarim Barbosa (funcionário da FFMS): integrar organização criminosa, peculato, furto qualificado e falsidade ideológica;
  • Jamiro Rodrigues de Oliveira (Miro): integrar organização criminosa e furto qualificado;
  • Marco Antônio Tavares (Vice-presidente da FFMS e dono da empresa MTavares Eventos): integrar organização criminosa e furto qualificado;
  • Marcos Paulo Abdalla Tavares (filho de Marco Antônio Tavares): furto qualificado;
  • Marco Antônio de Araújo (Marcão), proprietário da empresa Invictus Esportes – que recebia valores da FFMS para fornecer uniformes aos clubes: peculato;
  • Luiz Carlos de Oliveira (irmão de Cezário): furto qualificado.

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