MPMS vai pagar R$ 4,1 milhões mais caro para concluir obra abandonada há 8 anos em Corumbá

Até o momento, prédio mal saiu do baldrame

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MPMS (Arquivo, Jornal Midiamax)

O MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) vai desembolsar mais de R$ 8,5 milhões para concluir a construção do prédio-sede das Promotorias de Justiça em Corumbá, município 427 quilômetros distante de Campo Grande. A construção teve início em 2017 com valor de R$ 4,4 milhões, mas está abandonada.

O contrato firmado com a empresa Hoch Engenharia Ltda, inscrita no CNPJ Nº 52.598.496/0001-40, estipula o valor exato de R$ 8.599.123,94 para a finalização da obra, que já havia sido licitada pela metade do valor.

Essa é a quarta tentativa do MPMS para concluir a obra. O extrato do contrato foi publicado no Diário Oficial do MPMS.

A nova contratação, feita por meio de concorrência eletrônica, inclui mão de obra, ferramentas, equipamentos e materiais necessários para finalizar o edifício localizado na Rua Campo Grande, em Corumbá, com novo prazo estendido até setembro de 2027. 

Orçamento sigiloso 

Sigilosa, a Concorrência nº 01/PGJ/2023 teve homologação em agosto. O contrato que iniciou as obras em 2017 tinha valor de R$ 4,4 milhões. A Precisão Construtora de Obras Ltda foi contratada pelo MPMS para realizar as obras na época.

Contudo, após a rescisão do contrato, o órgão tentou nova licitação. Na terceira tentativa, o MPMS não divulgou o orçamento do processo licitatório.

Em todas as tentativas anteriores, o contrato acabou rescindindo. Assim, o prédio planejado mal saiu do baldrame (as vigas que transpassam o alicerce).

Prédio substituirá casa convertida em sede

Conforme documentos da licitação, a sede das Promotorias de Corumbá ocupa um imóvel construído para fins residenciais em 1982. O MPMS o adquiriu em 2004, sendo “submetido a intervenções significativas para reformar e adaptar as instalações com o intuito de atender as demandas essenciais identificadas à época”.

Ainda segundo a documentação, o imóvel tem estrutura para abrigar seis promotorias. Contudo, Corumbá possui sete – uma delas está alocada em sala cedida pelo Fórum do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

Assim, em fevereiro de 2015, o MPMS divulgava o projeto para construir a nova sede. Ela ficaria em 3 terrenos doados pela Prefeitura de Corumbá em 25 de outubro de 2013. A meta era a construção de um prédio de 1.784,56 metros quadrados. A intenção era dar melhores condições às Promotorias, que acabaram elevadas para Entrância Especial em janeiro de 2016.

Com isso, em 2016, teve início licitação para projeto, planejamento e construção da nova sede. A contratação acabou formalizada em 2017. Contudo, a empreiteira avançou apenas até as fundações. Então, alegou impossibilidade de seguir no serviço e rescindiu o contrato.

Nova licitação, nova rescisão

Uma nova licitação ocorreu em 2019, consequentemente, com contrato firmado no ano seguinte. “Adotadas as providências de cunho administrativo exigíveis, os serviços foram reiniciados, inclusive o refazimento das obras inadvertida e inadequadamente efetivadas”, destacou o MPMS.

Planta apresentada em 2015 para possível sede do MPMS em Corumbá (MPMS, Divulgação)
Planta apresentada em 2015 para possível sede do MPMS em Corumbá (MPMS, Divulgação)

Mais uma vez, quando se executava as obras das vigas baldrame da sede, a contratada “mostrou indicativos de que se encontrava em situação financeira complicada, como atraso no pagamento de salários e escassez de material no canteiro de obras”. Então, houve mais uma vez a rescisão contratual.

“Assim, dessumi-se que não há mero acaso nos acontecimentos sucedidos em ambas as contratações predecessoras, tão somente a submissão imprudente e irresponsável, por parte de particulares, de propostas inviáveis sob o aspecto econômico-financeiro, desponderadas as especificidades locais mormente relativas a logística e mão de obra”, frisa o documento.

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