O MPF (Ministério Público Federal) instaurou inquérito para apurar demora em cirurgias cardíacas no HUMAP-UFMS (Hospital Universitário Maria Aparecia Pedrossian), em Campo Grande.

Conforme o inquérito, publicado no Diário Oficial do MPF, na denúncia consta que pacientes estariam em fila aguardando há 15 dias por procedimento, além da falta de médicos anestesistas e de insumo, como válvula utilizada no procedimento.

A investigação considera informação de que “a disponibilização dos recursos necessários, como a válvula e a contratação de um profissional anestesista, é fundamental para garantir a saúde e a vida dos pacientes que se encontram na fila de espera”.

Ainda segundo a publicação, o hospital não teria fornecido dados pessoais dos pacientes, o que impede o acionado da Defensoria Pública da União para atendimento da demanda individual, “remanesce a necessidade de apuração dos fatos sob a perspectiva da tutela coletiva”.

A reportagem do Midiamax procurou a assessoria de imprensa da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), que administra o Hospital Universitário, que confirmou o problema. Além disso, afirmou por meio de nota estar enfrentando superlotação principalmente na área vermelha do pronto-socorro e falta de leitos.

A equipe do hospital está empenhada na resolução dos problemas: já foram feitos vários concursos públicos para admissão de mais anestesistas, mas houve pouco interesse dos médicos; contratamos uma empresa terceirizada para complementar a falta de anestesistas mas que também dificuldade de suprir a nossa necessidade e, no momento, estamos tramitando um novo processo licitatório para contratação de empresa de anestesia, com novos termos, com o objetivo de atrair o quantitativo de médicos que necessitamos. Esse processo tem previsão de ser finalizado em 90 dias. Com relação aos insumos específicos da cirurgia cardíaca que estão em falta, vários processos licitatórios resultaram fracassados em alguns itens, sendo necessária a abertura de novo processo que tem trâmite administrativo longo no serviço público. E por fim, com relação à superlotação do pronto socorro, estamos em tratativas com o gestor municipal para assinatura de um novo contrato, onde estará estabelecida a diminuição do número de pacientes para o pronto socorro, evitando a superlotação, de forma que conseguiremos planejar cirurgias de alta complexidade, com garantia de que teremos leito no CTI/UCO para o pós operatório dos pacientes ser feito de maneira segura“, disse em nota.