O conselheiro Osmar Jeronymo, ouvidor do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul), recomendou ao prefeito Marquinhos Trad (PSD) e ao secretário de Saúde do município, José Mauro Pinto de Castro Filho, a realização de testes para verificar a eficácia da vacina Coronavac nas pessoas que estão recebendo a segunda dose fora do prazo recomendado pelo Instituto Butantan.
A orientação ocorre no momento em que todo o país enfrenta atrasos nas entregas de doses da Coronavac para aplicação da segunda dose. Em Campo Grande, por exemplo, a última remessa enviada pelo Ministério da Saúde foi suficiente para aplicar a segunda dose apenas nas pessoas que receberam a primeira em 21 de maio.
O Butantan aguarda a remessa de insumos da China para acelerar a fabricação –a expectativa é de paralisar a produção diante da falta de materiais, em meio a novas tensões diplomáticas causadas por declarações de integrantes do Governo Federal responsabilizando os chineses pelo surgimento do vírus.
![[Osmar Jeronymo é o conselheiro relator do TCE-MS para Campo Grande]](/media/uploads/osmar-jeronymo-tce_divulgacao.jpeg)
Jeronymo é relator das contas de Campo Grande e lembrou que o Butantan especificou a aplicação da Coronavac em 2 doses, com intervalo de 2 a 4 semanas. O prazo não tem sido possível de ser cumprido diante da demora do Ministério da Saúde na entrega das vacinas. Em 6 de maio, a Secretaria de Estado de Saúde apontou que havia demanda de 134 mil doses da Coronavac para concluir a imunização com atraso da segunda aplicação.
Como milhares de pessoas em Campo Grande serão vacinadas com intervalo superior ao predeterminado, será necessário, após a administração da segunda dose da Coronavac atrasada, realizar testes adequados para verificar a eficácia da vacina, de forma a orientar a conduta a ser seguida pelo município.
Uma alternativa citada pelo conselheiro é a realização de sorologias (exames de sangue) que possam identificar os antígenos das vacinas no sangue dos vacinados.