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Transparência

Processo por violência doméstica impediu Trutis de registrar armas, aponta PF

Policiais apreenderam três armas - um fuzil, um revólver e uma pistola - com o deputado federal Loester Trutis (PSL-MS). Nenhuma em seu nome.
Arquivo -

A Polícia Federal apreendeu três armas na casa de Loester Trutis (PSL-MS) durante a , em novembro do ano passado. Nenhuma delas no nome do deputado federal. Segundo as investigações, um processo por violência doméstica impede o parlamentar de conseguir o registro. O processo corre em segredo de Justiça.

Além da arma que motivou prisão em flagrante – um fuzil T4 calibre 556 mm, da marca Taurus, equipado com lanterna, mira optrônica, cinco carregadores e bandoleira de três pontos, avaliado em R$ 10 mil -, os policiais acharam uma pistola calibre 9 mm, com carregador e 14 munições, e um revólver calibre .357, com dez munições, na mesa da sala do deputado. Também acabaram recolhidos um pote em formato de caveira, com diversas munições.

O fuzil pertenceria a Jovani Batista da Silva, ligado ao chamado “Movimento Conservador de Mato Grosso do Sul”. Ele também foi alvo dos mandados de busca e apreensão cumpridos na Operação Tracker. Silva declarou à polícia que emprestou a arma ao deputado após o suposto atentado de fevereiro de 2020, a fim de reforçar a segurança de Loester Trutis. Porém, preferiu o silêncio quando perguntado se o parlamentar pagou pelo fuzil ou chegou a usá-lo.

Fuzil, Loester Trutis, Armas apreendidas
Fuzil de uso restrito achado na casa de Trutis foi periciado pela PF (Foto: Reprodução)

O decreto 9.847/2019 veta compra ou registro de arma de fogo a quem responde processo criminal ou é alvo de inquérito policial. Impossibilitado de regularizar o fuzil em seu nome, Trutis contou aos investigadores que o registro seria transferido para sua esposa, Raquelle Lisboa Alves. Ela estava com o deputado quando os policiais bateram à porta de sua casa na Vila Carlota, em .

Já o revólver e a pistola confiscados do deputado seriam de seu assessor parlamentar, Ciro Nogueira Fidelis. Ele alegou aos policiais que deixou as armas com Loester Trutis após irem a um estande de tiros. Fidelis voltaria de Uber e não quis levar o armamento consigo.

O revólver e a pistola ainda não foram periciados, motivo que levou o MPF (Ministério Público Federal), via PGR (Procuradoria-Geral da República), a concordar com o pedido de dilação de prazo das investigações, feito pela Polícia Federal à ministra Rosa Weber. É ela quem relata o inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga o suposto atentado.

MPF concorda com dilação de prazo para investigações da PF

Em manifestação assinada pelo vice-procurador-geral da República Humberto Jacques de Medeiros, o MPF opinou por aguardar o resultado da perícia das armas confiscadas com Trutis para emitir parecer sobre a competência do STF para investigar o caso. Isto porque a Polícia Federal encontrou projéteis na estrada vicinal em que o Toyota Corolla de Trutis ficou parado na manhã do suposto ataque. As munições teriam saído de uma pistola 9 mm da marca Glock, não localizada pela polícia. O MPF quer saber se as armas apreendidas foram usadas para disparar os projéteis encontrados, o que evidenciaria a possibilidade de o atentado ter sido armado pelo parlamentar.

Ainda durante a Operação Tracker, os policiais encontraram uma pistola Taurus calibre 9 mm, guardada em uma maleta na suíte da casa do irmão de Trutis, Alberto Carlos Gomes de Souza. Como o registro da arma não foi apresentado e o calibre era “compatível com os fatos investigados”, os agentes apreenderam a pistola. Mais tarde, ela acabou devolvida ao irmão do deputado.

Para polícia, Trutis armou atentado de olho em ganho político

As investigações da Polícia Federal se voltaram contra Loester Trutis a partir de trabalhos periciais. Laudos balísticos, de exame de local e informações de georreferenciamento entraram em rota de colisão com o que alegava o deputado e seu assessor.

Assim, a PF concluiu que o atentado foi simulado pelo parlamentar, de olho em dividendos políticos e eleitorais. Trutis é um entusiasta voraz da flexibilização do acesso às armas.

A polícia identificou que ele sequer foi seguido no dia do suposto ataque a tiros. Além disso, a descrição dada pelo deputado federal sobre o veículo supostamente envolvido no atentado atentado contra ele levou os investigadores a uma caminhonete “antiga e deteriorada, que certamente não teria condições mecânicas razoáveis para ser utilizada em um atentado em face de alguém que estava embarcado em um potente Toyota Corolla”, conforme descreve o inquérito.

Com base no trabalho da PF, a ministra Rosa Weber deferiu os pedidos para busca e apreensão contra Trutis, seu irmão, Alberto Carlos Gomes de Souza, Fidelis e Jovani Batista da Silva. Os mandados foram cumpridos durante a Operação Tracker, em novembro do ano passado.

Para a magistrada do STF, as provas obtidas no âmbito da investigação podem implicar Loester Trutis nos crimes de de fogo de uso permitido, disparo de arma de fogo, dano e comunicação falsa de crime.

O deputado chegou a ser preso durante o cumprimento dos mandados, pois portava um fuzil de uso restrito.

A defesa de Trutis tentou trancar as investigações ao apresentar dois habeas corpus idênticos no plantão de do STF. O primeiro foi negado em caráter liminar pelo presidente da corte, ministro Luiz Fux. O deputado desistiu do recurso e apostou suas fichas no segundo habeas corpus – que terminou derrubado na última quinta-feira (4).

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