Prefeito do PSDB fura fila da vacina e se torna o primeiro alvo de investigação em MS
O prefeito de Nioaque, Valdir Júnior (PSDB) de 37 anos, virou alvo de investigação no MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por ter tomado dose da vacina Coronavac mesmo sem pertencer ao grupo prioritário elencado pelo Ministério da Saúde. O caso veio à tona por meio de denúncia e nesta sexta-feira (22) já […]
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O prefeito de Nioaque, Valdir Júnior (PSDB) de 37 anos, virou alvo de investigação no MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por ter tomado dose da vacina Coronavac mesmo sem pertencer ao grupo prioritário elencado pelo Ministério da Saúde. O caso veio à tona por meio de denúncia e nesta sexta-feira (22) já foi marcada oitiva de sete pessoas que foram intimadas a prestar depoimento.
Elas serão ouvidas na Promotoria de Nioaque, onde procedimento foi aberto. Essa é a primeira investigação a vir a tona no Estado, após intensa campanha do MPMS e MPF (Ministério Público Federal) para que as 158,7 mil doses recebidas sejam efetivamente usadas nos grupos de risco. Por meio de nota, o chefe do Executivo disse ter sido imunizado para ‘incentivar’ a população indígena.
As primeiras doses da vacina chegaram ao município na terça-feira (19) e a vacinação teve início na Aldeia Brejão. Conforme divulgado pela prefeitura, os contemplados na primeira etapa seriam os indígenas e profissionais de saúde, seguindo o parecer técnico do Ministério da Saúde e do Governo do Estado. Consta na publicação oficial que o prefeito havia acompanhado os trabalhos.
Contudo, denúncia oriunda do local informou ao MP que ele também foi imunizado, mesmo tendo 37 anos de idade e sem informação de comorbidade. Após a irregularidade vir à tona, Valdir argumentou que o povoado indígena estava ‘resistente’ e sua imunização foi uma forma de mostrar que a vacina não oferece risco. Na ocasião, 69 indígenas receberam o antivírus.
Com formação em odontologia, ele afirmou ainda que é profissional da área da Saúde e atua na linha de frente da pandemia. No País, vários casos de políticos e seus parentes furando fila da vacinação vêm sendo relatados. MP e TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Amazonas já estão investigando a vacinação em filhos de um deputado e de empresário. Sem atuar na linha de combate à doença, eles tiveram a nomeação publicada nos dias que antecederam e sucederam a vacinação. O caso foi divulgado pela revista IstoÉ e veio à tona após os vacinados postarem em suas redes sociais. Como resultado, o prefeito amazonense informou que baixaria portaria impedindo as postagens de quem se vacinasse.
Confira a íntegra da nota divulgada pelo prefeito sul-mato-grossense sobre o caso ocorrido na Aldeia em Nioaque:
Nota à imprensa
O prefeito de Nioaque, Dr. Valdir Júnior, vem a público informar que tomou a vacina contra a Covid-19 no último dia 19 de janeiro, na Aldeia Brejão, a pedido dos caciques da comunidade indígena e de técnicos da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) com objetivo de incentivar a vacinação no povoado, que estava resistente à imunização, e mostrar que a vacina não oferece riscos de saúde. No mesmo dia em que o prefeito foi vacinado, apenas 69 indígenas aceitaram receber o antivírus.
Valdir Júnior reforça que é profissional da área da Saúde, atua na linha de frente da pandemia e, ainda, é membro da Coordenação de Vigilância Sanitária do município de Nioaque, conforme mostra o Decreto 006/PROCJUR/2020 publicado em Diário Oficial.
Nioaque, 21 de janeiro de 2021
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