Laços de família: PM que chefiava quadrilha do narcotráfico é afastado 3 anos após prisão em MS
Governo de MS afastou o subtenente, que ainda recebe remuneração de mais de R$ 10 mil
Arquivo –
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O policial militar Sílvio César Molina Azevedo, suspeito de chefiar quadrilha de narcotráfico e preso em 2018 pela Polícia Federal, foi afastado nesta terça-feira (18), da função pública.
Molina Azevedo foi afastado em cumprimento de medida cautelar, com efeitos a contar do último dia 10, para fins de regularização funcional. Ele ainda recebe o salário do governo estadual, conforme consta no Portal da Transparência.
Em julho de 2019, a defesa do PM pediu judicialmente o desbloqueio dos proventos à Justiça Federal, mas em despacho publicado na época, o juiz Bruno Cézar da Cunha Teixeira afirmou que o PM continuou a receber o salário, “indicando que os proventos salariais do réu estão totalmente disponíveis e, inclusive, estão frequentemente sendo utilizados”.
A defesa alegou que Molina tem uma filha menor de idade e que precisaria do salário para prover o sustento familiar. Porém, na decisão, o juiz da 3ª Vara Federal de Campo Grande explicou aos advogados que não há nenhum valor bloqueado por ordem judicial nas contas bancárias do policial, nem impedimento de movimentação salarial.
Operação Laços de Família
Molina foi preso na Operação Laços de Família, com ações na Justiça que tem até 22 réus e apontam um patrimônio familiar de R$ 19,5 milhões movimentados em poucos anos, incompatíveis com a renda do policial, de pouco mais de R$ 10 mil bruto.
O subtenente ostentava bens como uma Ferrari por Mundo Novo, interior de Mato Grosso do Sul. Dentre os réus estão o filho de Molina, Jefferson Piozevan Azevedo, assassinado durante as investigações e Douglas Bodinho, genro de Molina, apontados como os chefes da quadrilha.
Também figuram no grupo denunciado a esposa, Rosiléia, a filha, Jéssica, a nora Lizandra e Jefferson Bodão, cunhado de Jéssica, além de agentes operacionais e logísticos, como Jairo Rockembach Chicão, Maicon Henrique, Bonyeques Piovezan e Cláudio Cesar, além de ‘correrias’, que prestavam serviços financeiros, de segurança, negociação de veículos e integração do capital a atividades econômicas lícitas.
A operação foi deflagrada em junho do ano passado e aponta ligações da família com o PCC. Durante a operação, a Polícia Federal apreendeu R$ 317.498,16 em espécie, joias avaliadas em R$ 81.334,25, duas pistolas, 27 toneladas de maconha, duas caminhonetes e 11 veículos de transporte de carga. As ordens judiciais foram cumpridas em MS, Paraná, São Paulo, Goiás e Rio Grande do Norte.
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