O (Ministério Público Estadual) apertou o cerco em investigação sobre as condições do Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, localizado no Parque dos Poderes. Na semana passada, a 25ª Promotoria de Justiça de Campo Grande decidiu converter o procedimento preparatório aberto em 2019 para apurar o caso em inquérito civil. Além disso, pediu uma nova vistoria do para verificar se medidas de segurança foram tomadas.

De acordo com denúncia feita ao MPMS, o centro de convenções não tinha extintores de incêndio e detectores de fumaça. As saídas de emergência foram classificadas como “precárias” e a parte elétrica antiga estaria propícia para provocar incêndios. Além disso, foram relatadas paredes com fungos e perigo de morte devido ao risco de a vara de luz despencar do teto.

Uma vistoria feita pelo Corpo de Bombeiros confirmou parte das irregularidades, ainda em 2019. A 25ª Promotoria de Justiça instaurou procedimento preparatório e, de lá para cá, acompanha a readequação do espaço de eventos.

Em fevereiro do ano passado, o diretor-presidente da Fundtur (Fundação de de Mato Grosso do Sul) Bruno Wendling, informou ao MPMS a contratação de uma empresa para adequação do projeto de segurança contra incêndio e pânico e reforma do quadro elétrico do auditório Manoel de Barros. Os serviços foram orçados em R$ 276,1 mil, conforme tomada de preços publicada em Diário Oficial.

Em agosto de 2020, a Fundtur afirmou que 90% dos reparos estavam concluídos e estimou que todo o trabalho seria finalizado em até 30 dias. Naquele mesmo mês, o Corpo de Bombeiros disse que aguardava a solicitação de uma nova vistoria pela Fundtur em um prazo de até 20 dias.

Passados nove meses, nenhuma visita técnica foi solicitada. Assim, o próprio promotor Fabrício Proença Azambuja resolveu pedir a vistoria aos Bombeiros, em ofício enviado no último dia 27 – mesmo dia em que o procedimento preparatório foi convertido em inquérito.

A reportagem procurou a Fundtur, que ainda não respondeu.

O centro de convenções foi inaugurado em 1994, ainda sob a alcunha de Palácio Popular da Cultura. O local passou a homenagear o arquiteto que o projetou em 2000. O espaço tem quatro auditórios, salões, restaurante, lanchonete, sala VIP e sala de imprensa, além de um ambulatório.