O ex-fiscal de obras da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) Wilson Roberto Mariano de Oliveira, bem como esposa e filha, devem R$ 15,5 milhões aos cofres do Estado. O trio responde ação civil de improbidade administrativa na Justiça Estadual, por enriquecimento ilícito.

Réu na Operação Lama Asfáltica – que investiga suspeita de fraudar licitações em obras públicas, além de diversos outros crimes -, Beto Mariano é implicado pelo (Ministério Público Estadual) na compra de imóveis e movimentações financeiras incompatíveis com sua renda. Tudo para esconder dinheiro oriundo do esquema.

Oliveira adquiriu as fazendas Maravilha e Vista Alegre, dois terrenos no Residencial Dahma I, um no Dahma III, e um apartamento no Edifício Manoel de Barros, em . Além disso, movimentou R$ 915,8 mil na conta da esposa, Maria Helena de Oliveira, entre 2011 e 2012, que não tinha trabalho remunerado, o que indica que ela seria “laranja” do marido. Durante investigações, agentes também encontraram dinheiro em espécie na casa do ex-fiscal – R$ 25,3 mil, bem como 10,8 mil dólares e 2 mil euros.

Os terrenos foram omitidos da declaração de . A Receita Federal descobriu a fraude anos depois. Já o apartamento no Edifício Manoel de Barros foi subvalorizado para se encaixar na declaração.

A Justiça Estadual já havia acatado pedido do MPMS e decretado o bloqueio de R$ 3,6 milhões em bens de Beto Mariano, da esposa e da filha, Mariane Mariano de Oliveira D'Ornellas – em cujo nome foram registradas as fazendas citadas.

Na semana passada, o juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, David de Oliveira Gomes Filho, reforçou decisão que determina o pagamento de R$ 15,5 milhões aos cofres estaduais, entre multas e perdas de valores por enriquecimento ilícito.

Beto Mariano e a esposa devem R$ 5,9 milhões cada um. Já Mariane D'Ornellas deve outros R$ 3,7 milhões. Os valores estão sujeitos a juros e correção monetária.

Demitido, ex-fiscal tentou manobra na Justiça para voltar à Agesul

O trio ainda perdeu os direitos políticos por oito anos, bem como função pública que eventualmente esteja exercendo. Vale lembrar que Beto Mariano foi demitido da Agesul em maio de 2020 e chegou a tentar manobra na Justiça para voltar ao cargo. Ele foi preso em 2018 após desdobramentos da Lama Asfáltica.

A recente decisão de David de Oliveira Gomes Filho ainda rejeitou pedido do MPMS pela condenação de João Afif Jorge por improbidade administrativa. O engenheiro, também ex-servidor da Agesul, integrava o esquema investigado na Lama Asfáltica e já havia sido condenado no ano passado.