Prefeito de , Gilberto Garcia (PL), foi denunciado no (Ministério Público de ) por um de seus cabos eleitorais durante sua campanha ao cargo de prefeito nas eleições de 2020. Áudios disponibilizados ao órgão, de uma conversa entre o funcionário e o então candidato, relatam a ‘compra' de eleitores.

A denúncia foi feita pelo autônomo, Tiago Pinheiro, que trabalhou com Gilberto de fevereiro até o final do ano passado. Ao Jornal Midiamax, Tiago contou que foi contratado já com intenções ilegais. Para o serviço, o cabo eleitoral recebia mensalmente R$ 2,5 mil do prefeito.

Segundo ele, nos meses que se aproximaram das eleições, em novembro de 2020, as ‘compras' se intensificaram. “Quando foi naquele período da campanha, dia 13, 14 e 15 [de novembro], a gente saiu pagando o pessoal ‘né'. Em torno de R$ 50 a R$ 100 por cada eleitor”, revelou.

A denúncia foi feita no Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Patrimônio Público, das Fundações e Eleitorais (CAOPPFE), na Procuradoria-Geral de Justiça de MS, em Campo Grande. Conforme o do cabo eleitoral, Tiago Moreira, a denúncia preliminar foi feita diretamente em 2ª instância por conta de possível “laços de amizade” entre os promotores de Nova Andradina e o prefeito.

Entretanto, o processo vai tramitar no MP de Nova Andradina e ser analisado por um promotor sem suspeição com o gestor, possivelmente um novo agente, de acordo com o advogado.

Conversa gravada

Na conversa entre Tiago e Gilberto, gravada pelo cabo eleitoral, o funcionário faz uma espécie de ‘prestação de contas' ao candidato. “Seu Gilberto, daqueles R$ 10 mil que eu peguei, foi tudo passado certinho, certinho, certinho pra todo mundo. Se o senhor quiser eu mando para o senhor os títulos de eleitor, pro senhor conferir (sic)”, diz Tiago.

“Não, não tem problema. Não tem problema. Nós temos certeza, tanto que tivemos 11 mil votos”, responde o prefeito.

Outro lado

Procurado pela reportagem, o chefe do Executivo Municipal, em nota, negou a acusação e disse que tem plena consciência do que não fez nada de ilegal. “Minha campanha eleitoral foi pautada na legalidade, respeitando a isonomia entres os candidatos em total consonância com as normas eleitorais e legislação correlatas”, diz o prefeito.

Também declarou que não existiu compra de votos e que nunca autorizou que outras pessoas atuassem de forma ilegal usando seu nome. Sobre a denúncia ao MPMS, o prefeito se manifestará em um ‘momento oportuno'.