Corumbá: Iunes nomeia 595 comissionados e gastos passam dos R$ 3 milhões por mês
O ano de 2020 começou com más notícias para o contribuinte corumbaense. Apesar do apelo popular no país ser evidente para que os gastos públicos sejam reduzidos, o prefeito Marcelo Iunes (PSDB) ignora tais medidas e vem aumentando mês após mês os gastos com servidores comissionados em Corumbá, batendo recordes. De acordo com o registrado […]
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O ano de 2020 começou com más notícias para o contribuinte corumbaense. Apesar do apelo popular no país ser evidente para que os gastos públicos sejam reduzidos, o prefeito Marcelo Iunes (PSDB) ignora tais medidas e vem aumentando mês após mês os gastos com servidores comissionados em Corumbá, batendo recordes.
De acordo com o registrado no Portal da Transparência, a prefeitura de Corumbá gastou R$ 3.1 milhões para pagar os 595 funcionários comissionados nomeados por Marcelo Iunes no município. É a primeira vez desde que os dados referentes a pagamentos estão registrados publicamente que há tantos comissionados na cidade e tais gastos com eles.
A média salarial em janeiro do comissionado de Corumbá ficou na marca dos R$ 5.240, já considerando todos os pagamentos recebidos no referido período. Estão relacionados tanto funcionários contratados como os concursados nomeados para cargos de confiança.
No início do mandato de Ruiter Cunha – que faleceu em novembro e fez com que Iunes assumisse o comando de Corumbá, pois era vice – foi registrado em janeiro de 2017 o gasto de R$ 1 milhão com 204 comissionados. Em outubro do mesmo ano, último mês de Ruiter à frente a prefeitura, 410 comissionados receberam R$ 2,2 milhões.
Já no mês seguinte, com o município sob o comando de Iunes, o número de comissionados passou a ser de 451, com gastos também de R$ 2,2 milhões. Em janeiro de 2018, os dados indicam que R$ 2,3 milhões foram usados para pagar 467 comissionados.
Número de funcionários comissionados disparou em 2019
O ano de 2019 começou com uma pequena queda no número de comissionados em janeiro com relação a janeiro de 2018: 456 funcionários renderam gasto de R$ 2,3 milhões, segundo o Portal da Transparência. Porém, daí em diante, os gastos e nomeações só cresceram.
É o que mostram os números de abril, quando R$ 2,5 milhões foi o tamanho da folha paga para os 493 comissionados daquele mês. Em julho, o total de comissionados passou dos 500, chegando aos 533, enquanto os gastos com estes foi de R$ 2,7 milhões.
Já em outubro, 565 comissionados custaram aos cofres públicos de Corumbá R$ 2.857.561,17, subindo para R$ 2.896.942,61 em novembro para pagar os 572 comissionados registrados naquele mês. Entre os meses citados, o 116 comissionados foram acrescidos à folha, gerando um impacto de aproximadamente meio milhão de reais.
Polêmicas se acumulam na véspera do período eleitoral
As nomeações de comissionados na prefeitura de Corumbá crescem justamente na véspera do período eleitoral, quando Iunes vai tentar a reeleição. Porém, as polêmicas as quais se envolveu recentemente devem jogar contra suas pretensões nas urnas.
Uma delas é a nomeação constante de parentes em cargos municipais, o que custa R$ 93 mil por mês aos cofres da cidade. Entre os contemplados está sua esposa, Amanda Cristiane Balancieri Iunes, secretária especial de Cidadania e Direitos Humanos.
Além dela, sua cunhada, Glaucia Antonia Fonseca dos Santos Iunes, exerce a função de secretária municipal de Assistência Social. Ela é esposa de Márcio, que atual em cargo de direção superior e assessoramento da Segov (Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica), recebendo mensalmente R$ 10,4 mil.
Já dois de seus cunhados, Jefferson Telles Moreira e Fernando Pedroso de Barros, tiveram que ser exonerados após o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) emitir uma recomendação alegando que a nomeação destes configurava nepotismo.
O mesmo não aconteceu com Amanda e Glaucia já que os cargos ocupados por ela seriam de natureza política, o que no entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal) não é alcançado pela proibição do nepotismo, ficando a lei restrita aos cargos de natureza técnica – aos quais ocupavam Jefferson e Fernando.
Porém, os problemas de Iunes não são apenas estes. Outra questão é referente ao Citolab, laboratório da família e que recebeu quase R$ 1 milhão de verbas municipais e sem licitação, apenas em credenciamento de preços, para prestar serviços para a prefeitura.
Em meio a tantas polêmicas, o Márcio ainda foi acusado por um assessor parlamentar da deputada estadual Bia Cavassa (PSDB), viúva de Ruiter Cunha, de agressão durante um jogo do Campeonato Estadual de Futebol no estádio Arthur Marinho.
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