Em plena pandemia, com comércios fechados e preocupação com relação ao futuro da economia e das contas públicas, assessor de gabinete de prefeito recebeu aumento de 20% no salário, que correspondeu a um montante maior que o salário mínimo, gerando revolta no município de . Para piorar, o beneficio foi dado apenas três dias após o reajuste de 12% pedido pelos professores ser reduzido pela prefeitura a 8% em função da crise nas contas municipais.

Após a polêmica, o prefeito Edvaldo Alves de Queiroz (PDT), o Tupete, informou que não havia autorizado a manobra e garantiu que irá retirar a gratificação.

Aumento maior que o mínimo a assessor em meio a pandemia gera revolta em MS
(Reprodução Diário Oficial)

Conforme publicação no Diário Oficial do município da última segunda-feira (30), o servidor comissionado teve concedida gratificação de 20% no salário base de R$ 6.350 – um acréscimo de R$ 1.270 a ser pago retroativo a 1º de março. Na portaria, não consta motivo do aumento.

O benefício foi inclusive criticado por leitores do Jornal Midiamax, que entraram em contato questionando a benesse em tempos de pública. Segundo o de Água Clara, o assessor que recebe R$ 6.350 já teve direito a outros R$ 1.250 a título de função gratificada no pagamento do mês de março, somando valor bruto de R$ 7.620 e vencimento líquido de R$ 5.876,88, após todos os descontos.

Aumento maior que o mínimo a assessor em meio a pandemia gera revolta em MS
(Portal Transparência Água Clara)

Engano

Após a polêmica, o novo aumento, que viria a partir do salário de abril, será barrado, assegurou o prefeito Edvaldo, conhecido como Tupete. “Ele pediu [o aumento] pra secretária de Administração e ela publicou”, contou. “Já mandei tirar”, enfatizou ele, informando que a publicação revogando o aumento deve sair ainda nesta semana em Diário Oficial.

Apesar de classificar a elevação de salário como engano, o prefeito afirma que o mesmo cargo na gestão anterior tinha salário de R$ 8 mil. Com plano de cargos aprovado pela Câmara Municipal há alguns meses, o valor teria sido reduzido aos atuais R$ 6.350.

Após a diminuição, o servidor teria combinado a diferença dentro da gestão por meio de gratificação, o que, segundo o prefeito, não teria tido a autorização dele. “Eles ficaram de acertar dando uma gratificação”, disse, sem mencionar quem teria concordado. Por fim, o prefeito voltou a assegurar que o referido aumento não será, de fato, concedido. “Agora não é hora de dar aumento, dei pros professores porque não tem jeito”, finalizou.