As investigações da Polícia Federal de apontam que um grupo de sete empresas realiza desde 2016 um conluio para monopolizar e vencer as licitações da SED (Secretaria Estadual de Educação), contando com ajuda de servidores públicos, para vencer um total de mais de R$ 8 milhões em contratos para reformas de escolas. A informação foi repassada pelo delegado Leonardo Caetano.

As obras eram realizadas com recursos do MEC (Ministério da Educação) e as empresas conseguiam vencer as licitações por meio de especificidades do edital. “Com o superfaturamento dos valores empregados, as empresas decidiam quem venceria e quem concorreria, sempre utilizando o preço máximo do edital”.

Funcionários da SED criavam dificuldades para que empresas de fora participassem e também especificidades para garantir que a empresa escolhida pelo grupo vencesse a licitação. “Criavam problemas, como a realização de autenticação de documentos apenas presencialmente e com 48 horas de antecedência”, disse o delegado.

Segundo o superintendente regional da CGU (Controladoria-Geral da União) Daniel Silveira, uma fiscalização em duas escolas logo no início das obras por técnicos da CGU conseguiu verificar um superfaturamento de até 28%, além de serviços pagos e não executados e com qualidade inferior à contratada.

Corrupção e organização criminosa

A PF colheu nesta quarta-feira maiores elementos de prova da prática de crimes de corrução passiva e ativa, peculato e organização criminosa, entre outros. O objetivo é demonstrar a existência de um grupo de empresas previamente escolhidas para vencer as licitações, obstando a participação de empresas idôneas que não participam do criminoso, e que estabelecem um rodízio nos certames dentro da SED, segundo nota.

Até o momento, a investigação constatou a prática ilícita envolvendo oito processos licitatórios abertos pela SED, sendo uma Concorrência no valor de R$ 2.285.941,45 e outras sete Tomadas de Preços, as quais totalizam R$ 7.347.785,17. Deverão ser identificados, durante a investigação, os valores correspondentes às fraudes e as propinas pagas a integrantes da organização criminosa.

A operação é realizada de forma conjunta com a CGU (Controladoria-Geral da União) e cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, inclusive na SED, expedidos pelo Juízo da 5ª Vara Federal, após manifestação do Ministério Público Federal. Ao todo, participaram da mais de 55 Policiais Federais e oito servidores da CGU.