O MP-MS (Ministério Público Estadual) publicou nesta quarta-feira (4) uma nota dando detalhes da Operação Back Door, deflagrada nesta terça-feira (3), para apurar possíveis irregularidades no concurso público de Procurador Jurídico de

A Operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) teve início após denúncia anônima junto à Promotoria de Justiça de Aparecida do Taboado, noticiando o favorecimento de alguns servidores, ex-servidor e familiares de servidores públicos no concurso público.

A partir da denúncia, o Ministério Público ajuizou medida cautelar visando à obtenção de cópia dos gabaritos de todas as provas e das listas de presença dos candidatos.

Os favorecimentos foram confirmados: dois servidores inscritos para o cargo de Analista de Controle Interno gabaritaram as provas, enquanto um ex-servidor e o filho de um servidor público, inscritos para o cargo de Engenheiro Civil, tiveram, respectivamente, 39 e 38 questões de acerto, do total de 40 questões.

O MP-MS também investigou o processo licitatório do concurso, uma vez que o Secretário Municipal de Administração, Kaiser Carlos Correa, que indicou a comissão de concurso e as empresas para participarem do procedimento licitatório, também participou do concurso público e obteve acerto de 100% (cem por cento) da prova.

Kaiser foi alvo de mandado de prisão temporária ainda na manhã desta terça-feira. Durante o cumprimento do mandado, equipes do Gaeco encontraram munições sem registro e autorização em sua residência.

A investigação ainda constatou que um servidor integrante da Comissão Permanente de Licitação também se encontrava inscrito para o concurso público realizado pelo município de Aparecida do Taboado.

Operação Back Door

Com o resultado das investigações, o Ministério Público ingressou com pedido de busca e apreensão no âmbito da Operação Back Door, assim como de prisão temporária de um dos investigados, visando à colheita de outras provas.

Nesta terça-feira, o Gaeco esteve na cidade de Aparecida do Taboado cumprindo os mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e na Prefeitura do município, assim como o mandado de prisão temporária expedido em face de um Secretário Municipal.

Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão na comarca de Campo Grande/MS, na sede da empresa responsável pelo concurso público.

O MP-MS informa que os fatos estão sendo investigados em procedimentos sigilosos, objetivando, a princípio, a apuração dos delitos de fraude em certame de interesse público, fraude à licitação e associação criminosa, além de improbidade administrativa.