Máfia dos Cigarreiros: tenente-coronel da PM é condenado por obstrução de Justiça
A Auditoria Militar de Campo Grande condenou o tenente-coronel da Polícia Militar, Admilson Cristaldo Barbosa, a três anos de prisão em regime aberto por obstrução de Justiça, na tarde desta quinta-feira (20). O processo é decorrente da Operação Oiketicus, em que o oficial é acusado de integrar organização criminosa, formada por policiais, que dava suporte ao […]
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A Auditoria Militar de Campo Grande condenou o tenente-coronel da Polícia Militar, Admilson Cristaldo Barbosa, a três anos de prisão em regime aberto por obstrução de Justiça, na tarde desta quinta-feira (20).
O processo é decorrente da Operação Oiketicus, em que o oficial é acusado de integrar organização criminosa, formada por policiais, que dava suporte ao contrabando de cigarros. A chamada ‘Máfia dos Cigarreiros’.
No mesmo julgamento, Cristaldo foi absolvido do crime de recusa de ordem judicial, previsto no código penal militar, já a condenação por obstrução de Justiça, dada pelo Juiz de direito Alexandro Antunes e outros quatro juízes militares, foi unânime.
Durante a leitura da sentença, o Juiz de direito explicou que é um direito de todo cidadão não produzir provas contra si, no entanto também é dever de cada um responder por isso, se referindo ao fato de que, durante a investigação, Cristaldo se negou a fornecer à Justiça a senha de seu aplicativo de troca de mensagens.
Após o julgamento, o advogado de defesa de Cristaldo, Dr. Iven Gibim, disse ao Jornal Midiamax, que vai recorrer da decisão. “Temos o prazo de 5 dias pra recorrer e prazo de 8 dias para apresentar justificativa. Meu cliente nunca se negou a passar a senha do aplicativo á Justiça, ele esqueceu a senha e por isso não poderia fornecê-la”, explicou.
Durante a sessão de julgamento, o Ministério Público rebateu a defesa. Segundo a acusação, nunca houve interesse de Cristaldo em colaborar com a Justiça, já que mesmo depois de ser preso ele não forneceu as senhas solicitadas pela promotoria.
‘Máfia dos Cigarreiros’
Em abril de 2017, a Corregedoria da Polícia Militar denunciou sobre determinada “rede de policiais militares, maioria da fronteira, envolvidos em crime de corrupção e organização criminosa“. A situação foi confirmada pelos promotores que verificaram a associação de militares, de diferentes patentes e regiões do Estado, para facilitar o contrabando.
Segundo investigação, os policiais recebiam dinheiro em troca de facilitação, inclusive ao prestarem informações aos contrabandistas. Em algumas situações, as fiscalizações sequer eram feitas e as cargas de cigarro contrabandeado “passavam batido”.
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