A Prefeitura de nomeou na última sexta-feira (20) um servidor investigado na Operação Lama Asfáltica para um cargo de gerência na Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos).

João Parron Maria é réu em diferentes ações na Justiça protocoladas pelo MP-MS (Ministério Público Estadual). Na última sexta-feira, o engenheiro foi designado à função de Gerente de Manutenção de Vias Rurais na Sisep, em edição extra do Diogrande.

Parron foi investigado por suposta participação em um esquema criminoso na operação tapa-buracos, após denúncia feita pela força-tarefa da Lama Asfáltica. Empreiteiras, servidores e ex-prefeitos como Nelsinho Trad (PTB), também estariam no esquema.

Segundo dados do Portal da Transparência, o engenheiro já trabalha na Prefeitura como encarregado governamental. Em março, os rendimentos do servidor chegaram a R$ 11,6 mil, sem descontos.

As denúncias tiveram início em 2016, quando Parron e outros 20 réus, incluindo empreiteiras, tiveram R$ 315 milhões bloqueados pela Justiça. Na ação do MP-MS, o engenheiro era acusado de aprovar serviços da empreiteira Selco, sem a devida qualidade.

Em março deste ano, o engenheiro teve bens bloqueados em uma ação que mira as empresas Santa Cruz Construções e Usina de Asfalto Santa Edwiges. A ação pediu o bloqueio de R$ 12 milhões das empresas e dos supostos envolvidos no esquema.

Em outubro do ano passado, Parron também foi alvo de um bloqueio que atingiu suposto esquema envolvendo a empresa Usimix. Na época, R$ 85 milhões foram bloqueados.

O bloqueio em questão foi suspenso dois meses depois pelo desembargador Marcos José de Brito Rodrigues, que pontuou que “não restou demonstrado” que a empresa e seus sócios “estivessem em conluio com os demais réus para burlar o sistema de licitação”.

Esquema na tapa-buracos

As denúncias da força-tarefa da Lama Asfáltica tiveram início em 2016. Até janeiro daquele ano, o MP-MS apontou que um “seleto grupo de empresas” teria sido favorecido com R$ 372 milhões em contratos.

O Ministério analisou cerca de 30 contratos firmados pelas empreiteiras entre os anos de 2010 e 2012. Servidores e secretários de obras eram apontados por tentar favorecer as empresas selecionadas no esquema.

Na época, o MP-MS pediu o bloqueio de R$ 315 milhões dos envolvidos. O órgão decidiu “fatiar” as investigações entre as diferentes empreiteiras, e novas ações na Justiça foram protocoladas desde então, como as que envolveram a Usimix e a Santa Cruz.