Caravana da Saúde vai distribuir óculos de R$ 70 para alunos de escolas públicas

Lojistas dizem que é preciso verificar qualidade do material

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Pelo menos 8 mil óculos de grau serão distribuídos para alunos com problemas de visão do 4º ao 7º ano escolar matriculados nas escolas públicas de Mato Grosso do Sul durante a nova etapa da Caravana da Saúde.

Para a compra dos óculos, está previsto um investimento de até R$ 569 mil com recursos do Fesa (Fundo Especial de Saúde de MS), segundo o edital de licitação aberto na última terça-feira (8) pelo governo do Estado. Por esse valor total, cada lente com armação deve sair com um preço médio de R$ 71.

O valor de cada óculos pode diminuir caso os fornecedores ofereçam propostas mais baratas, uma vez que a preferência do edital é pelo menor preço. O certame deve receber propostas de fornecedores ainda em maio.

Na licitação, são previstas compras de óculos de grau para correção de hipermetropia, astigmatismo e miopia. O governo pretende comprar óculos com graus que variam de 0 a 8 graus de dioptria.

Ainda conforme o edital da licitação, os óculos serão distribuídos entre junho e setembro, nas cidades de Campo Grande, Dourados e Ponta Porã. Alunos também poderão receber os óculos por meio do programa “A Saúde Mais Perto de Você – Indígena”, com foco nas aldeias indígenas de Mato Grosso do Sul.

Óculos baratinhos

Segundo empresários do setor de óticas em Campo Grande, o valor médio de R$ 71 por óculos completo chama a atenção e pode indicar necessidade de avaliar de perto a qualidade dos produtos. Apesar de ser comum que compras governamentais consigam grandes descontos dos fornecedores, lojistas explicam que preços baixos podem apontar equipamentos ineficazes.

“É bem complicado estimar, tudo vai valer de acordo com o grau do paciente. Se o paciente tem um grau bastante elevado e for comprar um óculos de valor muito barato, vai ser a mesma coisa do paciente não enxergar nada”, disse a representante de uma ótica.

“Normalmente a lente mais barata com armação sai por volta de R$ 200”, explicou. “Esse valor, de R$ 70, é o que a gente costuma cobrar só pela lente. Uma armação muito barata também pode não se adaptar ao rosto do paciente”, alerta.

Outro gerente de uma loja integrante do programa Óticas Cidadãs, que faz preços mais baratos para pessoas de baixa renda, também afirmou que o preço de R$ 71 não é mais praticado nem com as promoções.

“É meio fora do preço de mercado. Com as nossas promoções sairia na faixa de R$ 140, R$ 160 um óculos com armação”, afirmou. Ele também explica que R$ 70 é um preço comum para uma lente recém saída de laboratório, sem armação.

A licitação prevê garantia de 12 meses para as aquisições. Caso o conjunto de lente e armação apresente qualquer defeito, o edital prevê que a fornecedora substitua o produto imediatamente.

Caravana da Saúde

Desde que teve início, em abril, a Caravana da Saúde já atendeu 8,2 mil alunos em Campo Grande. Na etapa deste ano, o foco do programa são alunos das escolas públicas com problemas de visão e audição.

Segundo os dados do governo, entre os estudantes atendidos até o momento, 26% apresentaram algum tipo de complicação. Ao todo, 42 mil alunos de escolas públicas devem ser atendidos na Capital, enquanto em todo o Estado o número chega a 166 mil.

De acordo com o Programa de Alfabetização Solidária do Ministério da Educação, os problemas de visão correspondem a 22,9% das causas de evasão escolar em todo o Brasil. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia estima que 30% das crianças brasileiras precisam usar óculos.

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