MP recomenda suspensão da posse de aprovados em concurso investigado pelo Gaeco
(Foto: Dayene Paz)

Dois dias após cumprimento de mandados em operação que mirava fraudes, o MP-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) recomendou a suspensão do concurso público de provas do município de , distante 33 km de Campo Grande. A suspensão vale por 90 dias e a prefeitura tem cinco dias para responder se acata ou não o pedido.

A suspensão vale especialmente para a posse dos aprovados. O MP-MS justificou que as investigações tocadas Promotoria de Batayporã apontam ausência de lisura no processo e que foram constatados elementos concretos de direcionamento de licitação na contratação da Vale Consultoria, responsável pela aplicação das provas.

As supostas irregularidades, conforme a recomendação, podem acarretar prejuízos aos candidatos e resultar até mesmo na anulação do certame. Caso a prefeitura não determine a suspensão, o MP-MS promete ingressar com Ação Civil Pública.

Em nota, divulgada após a operação, o prefeito Roberto Tavares de Almeida (PSDB) diz que as suspeitas sobre a lisura do processo lhe causam ‘estranheza’ e que o município “sempre atou dentro dos ditames legais”, seja na escolha da Vale, seja na realização do concurso em questão. A prefeitura vai acatar a recomendação e suspender o certame.

Carta Convite

Investigações revelaram que três empresas alvos de operação feita pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado () nesta quarta-feira (28) teriam fraudado a aprovação de candidatos de concurso público. A operação “Carta Convite” apreendeu documentos e computadores nas instituições investigadas.

As empresas envolvidas, segundo apurado nas investigações, participavam de diversas licitações, fazendo com que os convites fossem sempre direcionados a elas. Também formulavam propostas em conjunto, para acertar qual delas seria a vencedora, inclusive para aprovação fraudulenta de candidatos.

Documentos e computadores foram apreendidos nas empresas Sigma, que presta serviços de consultoria, da Idagem Assessoria e Consultoria ME e da Vale Consultoria e Assessoria, responsável pelo concurso de Taquarussu.

Na Vale, a equipe ficou na empresa por cerca de três horas, de onde saiu com documentos. Também foram feitas buscas nas residências dos proprietários das empresas. Ela é responsável por 12 concursos no interior do Estado, segundo o site da própria empresa. Parte deles foi cancelado por suspeitas de fraude e irregularidades no edital.