Após a divulgação de matéria com flagrante irregularidade em uma vistoriadora terceirizada do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito), o diretor-presidente do órgão, Roberto Hashioka (PSDB), afirmou ao Jornal Midiamax que deve tomar providências contra a empresa, caso as falhas na prestação do serviço sejam confirmadas.

“Já mandei corregedoria abrir procedimento investigativo, vamos tomar providências que forem necessárias”, afirmou Hashioka.

Na avaliação do diretor, o caso flagrado pela reportagem, de um veículo sem motor obter um laudo de transferência na Focar Vistoria, é apenas um ‘caso isolado’, e apesar de garantir que o Detran já fiscaliza as terceirizadas, prometeu umas ‘fiscalização mais pontual’, principalmente em empresas envolvidas em denúncias de irregularidades.

Terceirização

Segundo Roberto Hashioka, atualmente 50% das 30 mil vistorias realizadas mensalmente em Mato Grosso do Sul são feitas nas vistoriadoras terceirizadas. Ele diz que, apesar do órgão estadual ter ampliado o serviço, ainda não é possível atender, sozinho, toda a demanda.

O diretor-presidente, ex-prefeito de Nova Andradina, descartou, ao menos por ora, romper os contratos com as terceirizadas e disse que o Detran tem tomado providências para otimizar o serviço prestado ao contribuinte.

“Se casos como esse tornarem corriqueiros temos que tomar providências”, finalizou Roberto Hashioka.

O preço médio do serviço de vistoria é de R$ 140. A arrecadação com as cerca de 15 mil vistorias realizadas por mês nas empresas, seria, segundo os dados apresentados por Roberto Hashioka, de pouco mais de R$ 2,1 milhões.

Denúncias

O Jornal Midiamax já publicou diversas denúncias de motoristas que conseguiram, nas vistoriadoras terceirizadas, laudos obrigatórios para emissão de documentos de veículos sem nenhum condição de trafegar.

No último caso, a reportagem gravou um Peugeot 206, sem bateria e com motor fundido, e que chegou à Focar Vistorias na carroceria de um guincho, ser aprovado e obter laudo para transferência de veículo.

O proprietário da empresa, Antônio Gregório, assumiu que por vezes a empresa ‘faz vistas grossas’ na vistoria de alguns veículos, que não seriam aprovados se fossem vistoriados no pátio do Detran, onde o serviço é feito por servidores do próprio órgão.