Contador vai processar Estado por acidente na MS-040, alvo da Lama Asfáltica

Acidente provocado por buracos causou prejuízo de R$ 7 mil

A MS-040 – inaugurada pelo ex-governador André Puccinelli (PMDB) e investigada pela operação Lama Asfáltica – foi palco de mais um acidente em decorrência do ‘retalho’ da via, na manhã de sábado (4). O contador de 23 anos, Pedro Caetano, levava mais 4 colegas até a cidade de Presidente Prudente, interior de São Paulo, por volta das 7h de sábado, e perdeu o controle do veículo em meio aos buracos, que ficam a cerca de 1 km de Santa Rita do Pardo, distante 267 km da Capital.

O HB20 que ele conduzia teve os dois pneus da frente estourados com o impacto no asfalto retalhado. Em seguida, a barra de direção quebrou, ele perdeu o controle do carro e foi parar em um barranco. O prejuízo, de acordo com ele, foi avaliado em R$ 7 mil.

Além do prejuízo, Pedro e os colegas – que vinham de Campo Grande – perderam o concurso que iriam prestar. Agora, o contador pretende processar o governo do Estado, em função dos prejuízos. “Eu fiz vídeo e tenho testemunhas, inclusive vereadora da cidade se disponibilizou a testemunhar”, conta ele. No local do acidente, conforme relatou, policiais civis, militares, uma vereadora e até o vice-prefeito de Santa Rita do Pardo apareceram para auxiliar, e se disponibilizaram a testemunhar.

Lama Asfáltica

André Puccinelli inaugurou a pavimentação asfáltica da rodovia MS-040, um dos principais empreendimentos do pacote de obras MSForte2,  a três dias do final de seu mandato, em 2014. A estrada liga Campo Grande a Santa Rita do Pardo, e custou aproximadamente R$ 275 milhões. A obra foi um dos alvos das operações Lama Asfáltica e Fazendas de Lama.

As investigações apontam cerca de R$ 8 milhões de desvios em 2 dos 10 lotes da rodovia. Os recursos, de acordo com o ex-governador, também foram financiados pelo BNDS (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).

As operações alegam que houve fraude na execução da obra, irregularidades na medição e direcionamento de licitação. Para conseguir os recursos junto ao Banco, o governo Puccinelli apresentava declarações falsas, tanto da medição da obra, quanto da transparência de aplicação de recursos. Ao todo, incluindo recursos próprios, apenas na segunda gestão, André gastou quase R$ 1,5 bilhão em obras de infraestrutura e logística, setores com atuação direta de Edson Giroto, ex-secretário de obras do Estado, e do empreiteiro João Amorim, ambos investigados pelas operações.

A (Agesul) Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos firmou novo contrato, no início do ano, no valor de R$ 5.296.904,54, para pavimentar a rodovia.