Giroto e Flávio estão na sede da PF

A terceira fase da Operação Lama Asfáltica, denominada Aviões de Lama, deflagrada nesta quinta-feira (7), pediu a prisão de , ex-secretário especial do Ministério dos Transportes e secretário de Obras na gestão do ex-governador André Puccinelli (PMDB), o cunhado Flávio Henrique Garcia Scrocchio, preso em Tanabi, São Paulo e João Krampe Amorim, dono da empresa Proteco Construções. 

Giroto e Flávio estão na sede da Superintendência da Polícia Federal em . Amorim ainda não foi preso, mas segundo informações, ele deve se apresentar à Polícia ainda nesta quinta. Vizinhos informaram que a Polícia Federal esteve na casa dele nesta manhã.

Policiais federais revistaram a casa de Giroto, no Dahma, em busca de documentos desde o início desta quinta-feira e, posteriormente, o levaram para a sede da Superintendência da Polícia Federal em Campo Grande. Giroto e Amorim foram soltos há duas semanas após ficarem preso por 42 dias no Centro de Triagem do Complexo Penitenciário.

Scrocchio é dono da Terrasat Engenharia, que manteve contratos com o Estado durante a gestão de Puccinelli. O escritório do empresário funcionava em conjunto com o consultório de dentista da esposa na cidade paulista.

Policiais também estiveram no Aeroporto Santa Maria, em Campo Grande, para apreender a aeronave PT-TSM, cujo operador é Flávio , cunhado de Giroto. Ele havia registrado a venda do avião. Uma coletiva para maiores detalhes sobre a terceira operação foi marcada para esta quinta-feira, 10h, na sede da Polícia em Campo Grande.

A Polícia Federal, Controladoria Geral da União e Receita Federal realizam a Operação nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, com o objetivo de desmantelar grupo criminoso investigado que desviava recursos públicos de contratos de obras públicas, fraudes em licitações e recebimento de propinas que resultou em crimes de lavagem de dinheiro.

Cerca de 20 policiais cumprem 3 mandados de prisão preventiva e 2 mandados de busca e  apreensão de aeronaves nos municípios de Campo Grande, Cuiabá (MT), Rondonópolis e Tanabi (SP), todos expedidos pela 3ª Vara Federal de Campo Grande – Especializada em crimes de lavagem de dinheiro, ocultação de bens e valores e crimes contra o sistema financeiro nacional.

A Operação decorre da análise da documentação apreendida na segunda fase da Operação Lama Asfáltica, denominada “Fazendas de Lama”, onde foi possível extrair elementos indicativos que os investigados estavam dilapidando o patrimônio com a revenda de bens de alto valor e pulverizando esses montantes para diversas pessoas, a fim de ocultar a origem do dinheiro, deparando­se com a prática de novas condutas delituosas, mesmo após a deflagração da primeira fase da operação, em julho.

No caso, trata­se da alienação de aeronave no valor de R$ 2 milhões, revelando que o grupo optou por se desfazer do patrimônio para realizar a divisão do produto da venda em valores menores, como no caso, mediante a entrega de outra aeronave de R$ 350 mil, além de quatro cheques que foram destinados a quatro pessoas, operando assim, o fracionamento do patrimônio com o objetivo de dificultar o rastreamento do dinheiro obtido com a venda do avião, de sorte a realizar a mutação desses valores em pagamentos de serviços prestados, incorporando­os na economia formal.

A organização criminosa especializada em desviar recursos públicos, inclusive federais, atua no ramo de pavimentação de rodovias, construções, prestação de serviços nas áreas de informática e gráfica. Os contratos sob investigação envolvem mais de R$ 2 bilhões.

O motivo do nome da operação é em razão do modo de se desfazer da aeronave, já que o grupo utilizou de recursos públicos desviados de contratos de obras públicas, fraudes em licitações, recebimento de propinas e crimes de lavagem de dinheiro.