Ela está há mais de 10 anos na entidade e denuncia ‘domínio’ na SAS

Quando ingressou na Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária há mais de 10 anos, a campo-grandense Délia (*nome fictício) tinha pretensão de crescer na instituição. Mas, a realidade vivida por ela a deixou desanimada e revoltada com a situação encontrada.

“Enquanto nós ralamos para ganhar uma mixaria, estou com mesmo salário desde 2014, outros ganham milhões para não fazer nada. Isto é uma vergonha e uma injustiça”, reclama a servidora terceirizada, contratada pela Seleta no começo da década de 2000.

Ela comprova a denúncia feita ao MPE (Ministério Público Estadual) de que funcionários da Seleta gerenciam a folha de pagamento da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), e vai além com denúncia de mais irregularidades.

“No ano passado a direção (da Seleta) falou pra gente que não ia ter aumento de salário, mas que a jornada de trabalho ia cair para seis horas. Isso não aconteceu”, contou a mulher, que além de não ter , continuou com a carga horária de oito horas.

Ela conta ainda que apenas ‘apadrinhados’ de políticos, a maioria lotada na SAS, conseguiram aumento de salário e redução de jornada. “Eles recebem mais e trabalham menos. Eu já questionei, mas sempre inventam desculpa e dizem que não podem fazer nada”, desabafa.

Denúncia

O Ministério Público Estadual investiga a existência de um esquema de desvio de recurso públicos, por meio do pagamento de notas e salários a servidores ‘fantasmas’, na Seleta. Uma suposta folha de pagamento paralela à oficial incluiria remunerações, algumas elevadas, a apadrinhados de políticos e diretores, tanto da própria Seleta, quanto da OMEP (Organização Mundial para Pré-Escolar).

A reportagem já entrou em contato com a direção da Seleta, que até agora não retornou as ligações.