Contratos de informática citados na Lama Asfáltica saltaram de 30 mi para 79 mi

Aumento ocorreu em um ano

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Aumento ocorreu em um ano

Empresas denunciadas pelo MPE (Ministério Público Estadual) na ação de improbidade administrativa que envolve o ex-governador André Puccinelli (PMDB) e o empresário João Baird,  receberam um acréscimo de R$ 48 milhões entre 2015 e 2016 nos contratos que mantém com o governo estadual.

De janeiro a março de 2015, a Itel Informática, PSG Tecnologia Aplicada Ltda e a Digithobrasil Soluções Software Ltda receberam do governo R$ 30.907.989 milhões, em virtude dos contratos de serviço em diversas pastas da atual administração tucana.

Nos três primeiros meses deste ano, estas empresas receberam do governo R$ 79.016.437 milhões, um acréscimo de R$ 48.108.448 milhões em um ano. Os valores constam nos extratos de autorização de despesa e emissão de nota de empenho, divulgados em Diários Oficiais do Estado. 

As contratações com o governo estadual seguem normalmente, mesmo após ação movida contra Puccinelli, na qual a força-tarefa da Operação Lama Asfáltica aponta suspeita de que a PSG e a Digithobrasil integravam ‘um mesmo conglomerado econômico’, sendo que ‘tal situação demostra que o Estado, em virtude da terceirização ilegal, ficou dependente dessas empresas de informática’.

Segundo os promotores que fazem parte da força-tarefa, Thalys Franklyn de Souza, Tiago Di Giuliu, Fernando Zaupa e Cristiane Mourão, “há fortes indícios de que João Roberto Baird tenha alguma espécie de participação nas empresas PSG e Digitho que também mantêm contratos milionários com o Estado. Baird foi sócio de Suely Aparecida Carrilhos de Almôas, sócia majoritária e diretora administrativa da Digitho”.

Em janeiro de 2016, os promotores ingressaram com a ação de improbidade administrativa e constataram ligações entre os empresários. “Em relação a PSG é notória amizade existente entre os seus sócios João Baird e Antônio Celso Cortez, tanto que era comum o primeiro emprestar seu avião ao segundo. Ainda em análise ao processo verificou-se que a relação entre ambos é antiga, demostrada pela emissão de cheques, de valores significativos, por João Baird em favor de Antônio Celso” diz trecho do processo. 

A Digitho foi doadora de campanha de Edson Giroto (PR) quando concorreu à Prefeitura de Campo Grande em 2012. O montante doado foi de R$ 600 mil. A empresa, por sua vez, teve contrato aditivado mais de seis vezes somando mais de R$ 3 milhões. Em 2010 o próprio Puccinelli recebeu R$ 250 mil para financiar campanha de reeleição.

No Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (20), o governo, por meio da SED (Secretaria de Estado de Eduação), aumentou o valor pago em um dos contratos com a Digitho, assinado ainda em 2011. Com o acréscimo de R$ 719,6 mil, o valor global chega a R$ 8,6 milhões, praticamente o dobro do contratado há cinco anos, na gestão Puccinelli, cujo valor inicial era R$ 4,9 milhões, para ‘contratação de empresa especializada para a prestação de serviços técnicos de informática’. 

A Digitho também já foi investigada pelo MPE (Ministério Público Estadual) por contratos celebrados com a Agehab (Agência Estadual de Habitação), com quem manteve contratos desde 2004, ainda na gestão de Zeca do PT. 

Estratégia – A empresa Mil Tec Tecnologia da Informação Ltda, de propriedade do ex-sócio de Baird na Itel, Ricardo Fernandes de Araújo, conseguiu R$ 28,6 milhões em contratos com o governo do Estado desde fevereiro deste ano, segundo consta em Diários Oficiais.

No último dia 5 de fevereiro, a companhia publicou comunicação de incorporação integral à sociedade com a Itel, uma das investigadas pela Operação Lama Asfáltica, justamente por denúncia de improbidade administrativa em contratações com o poder público.

Araújo possui 91,6% da Mil Tec desde fevereiro de 2004 e Rosimeire Aparecida de Lima aparece como sócia com 8,3% desde o segundo mês deste ano. No dia 18 de janeiro, segundo a publicação, houve incorporação com registro disponível na Jucems (Junta Comercial de Mato Grosso do Sul).

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