Prefeitura nega e alega erro de digitação

Uma nota fiscal de uma compra da Prefeitura Municipal de – distante cerca de 457 km da Capital – que seria destinada às Escolas Municipais, ‘circulou’ na cidade e levantou a suspeita de alguns moradores. Isso porque, no documento, consta a compra de R$ 6,781 mil em picanha, carne que não integra o cardápio das 6 escolas e 3 creches do município. Outra suspeita refere-se ao período: a compra foi faturada no dia 16 de fevereiro, período em que as escolas municipais estariam em férias.

Suspeitas

Um dos moradores procurou o jornal Midiamax, afirmando que “aqui as aulas aqui começaram em março devido às chuvas por causa dos ônibus, que não era possível buscar os alunos na zona rural por causa da má conservação das estradas”, afirmou.

A compra em questão foi realizada no estabelecimento “Grimar Camargo de Souza empório do bom preço”, na cidade, no valor de R$ 20,39 mil. Entre outros produtos, a nota coloca a compra de 484 quilos de picanha e 520 de acém.

 

 

 

Além do período letivo, outro ponto que levantou suspeitas, foi a quantidade de dois tipo de fruta adquiridos na compra: laranja e mamão. A nota confirma a aquisição de 5 quilos de laranja e pouco mais de 1 quilo de mamão, que seriam, de acordo com a administração municipal, para todas as escolas e creches.

“Outro fato curioso na nota é que foi comprado apenas 1 mamão e 5 kg de laranja para distribuir entre todas as escolas”, relatou o morador.

O vereador eleito na cidade este ano, Ronaldo Neris de Jesus, do PDT, também achou a compra “suspeita”. Ele afirmou que “a gente ficou estarrecido com a prepotência”. “A nota fiscal está lançado picanha. A questão é bem grave, eles justificam que não é picanha que é outro tipo de carne. A gente entrou em contato com o secretário e disse que não é aquilo que está na nota”.

“Mas tem um mamão pra rede municipal. E a carne, eles lançaram no valor de R$ 13 reais e pouco [R$ 13,99] o quilo. As crianças estavam em férias, é muita carne pra pouca criança”, declarou.

Agora, o vereador pretende encaminhar denúncia ao MPE-MS (Ministério Público Estadual).

 

Nota afirma que a compra era destinada às escolas municipais (reprodução)

 

O que diz a Secretaria de Educação

O secretário municipal de educação, Joaquim Donizete de Matos, nega que a picanha faça parte da compra. De acordo com ele, “foi um erro de digitação”. “Não existe picanha no cardápio, esse foi um erro de digitação na nota. A picanha, se você olhar na própria nota, R$13,99 é o quilo da carne que foi licitada na ata. Segundo o fornecedor, ele falou que é um código que digita na hora de fazer. E aí essa digitação do código ele falou que a pessoa que estava fazendo a digitação errou, porém o valor estava correto”, explicou.

Ele declarou que, na verdade, seria outro tipo de carne, e não picanha. “O acém geralmente servem para carne moída, essa outra é uma carne semelhante só que cortada em pedaços. O preço de uma picanha aqui é em torno de R$ 30, R$ 32 reais, jamais compraria uma picanha por R$ 13, 99”, afirmou.

Sobre as frutas, apenas afirmou que “nós temos uma nutricionista que acompanham a alimentação, conforme a necessidade do momento ou alguma atividade, algum cardápio, alguma particularidade de alguma escola, dependendo da situação do momento”.

O secretário declarou que a compra seria para todas as escolas e creches de Aparecida do Taboado, e declarou que todas voltaram às aulas no dia 15 de fevereiro, um dia antes da compra.

Não é o que consta no site da Prefeitura do município. Um publicação no portal, afirma que as aulas das Escolas Municipais começaram no dia 22 de fevereiro. “A Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer de Aparecida do Taboado divulgou o calendário escolar 2016. O ano letivo nas escolas municipais iniciará no dia 22 de fevereiro, uma semana antes do calendário estadual. As creches voltaram a funcionar nesta segunda-feira, 15”, afirma a publicação.

O jornal Midiamax tentou falar com o prefeito, Robson Samara (PSB), mas ele não atendeu às ligações.