15 comércios locais são alvos da operação

“Se o contrato aumentou é porque aumentou a frota. Hoje são 40 veículos a mais que antes”, afirmou o prefeito Vagner Gomes Vilela (PDT), de , cidade distante 47 quilômetros de Campo Grande. O contrato com uma borracharia da cidade saltou de R$ 14 mil para uma previsão de R$ 130 mil.

A prefeitura da cidade, a Câmara e comércios foram alvos de mais de 20 mandados de busca e apreensão da Operação Meteoro, deflagrada pela (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) nesta quarta-feira (10).

De acordo com as denúncias apuradas pela Operação, o prefeito teria desviado cerca de R$ 8 milhões com da prefeitura. “Como eu poderia desviar R$ 8 milhões de uma cidade que tem R$ 20 milhões de arrecadação? Não tem nem como”. O líder do executivo municipal disse ainda que a denúncia deve ter partido de algum rival político.

Ao contrário da população, que afirma ter ouvido “vários boatos” sobre as possíveis irregularidades praticadas por quatro vereadores e pelo prefeito, Vagner se mostrou surpreendido pela polícia.

“Fiquei surpreso ao ver a polícia na prefeitura e principalmente na minha casa. Tenho documentos que provam a minha inocência. Meu pai e meu sogro sempre trabalharam com venda de gado. Toda a movimentação financeira e a documentação estarão à disposição da polícia”.

Fechada para as apreensões pela manhã, a prefeitura estará aberta nesta tarde.

A operação

Desde a madrugada desta quarta-feira (10) cerca de 40 policiais civis da Capital deflagraram a operação na cidade com busca e apreensão na Prefeitura, Câmara de vereadores da cidade e comércios. Ao todo, são cumpridos 20 mandados.

A suspeita de improbidade administrativa motivou um pedido de busca e apreensão no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, com cautelar deferida para ser cumprida nesta quarta. A operação conta com o apoio do Garras, Denar, Derf e Decon.

A denúncia noticia diversos atos de improbidade imputados ao atual prefeito da cidade “em conluio criminoso” com vereadores do município e ainda gestores públicos e privados do Estado. O prefeito estaria comprando imóveis com o dinheiro desviado e registrando-os no nome do pai e do sogro. 

Em razão do foro privilegiado, as denúncias de fraude em licitação, falsificação de documento público, falsidade ideológica, uso de documento falso, peculato, emprego irregular de verbas públicas, corrupção, passiva, advocacia administrativa, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa seguem sob sigilo.

Em parceria, empresários e poder público estariam prejudicando o comércio local ao superfaturar obras, direcionar tráfico de influência, e outras irregularidades em borracharias, transporte escolar, obras, assistência social, merenda escolar, frota, locação de veículos, recuperação de estradas, informática, alimentação, saúde e despesas oficiais.

A investigação corre desde dezembro de 2015. Veja o vídeo aqui