Promotoria quer devolução do dinheiro

O MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) ingressou com ações civis públicas contra seis médicos, dentre eles, o vereador Paulo Siufi (PMDB), por receberem salários sem cumprir expediente na rede pública de saúde, na qual foram contratados. O Ministério Público pede o ressarcimento integral do dano, que pode chegar a R$ 1 milhão, perda dos bens e valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, conforme detalha o MPE.

A ação é resultado de investigação feita por meio do inquérito civil nº 049/2014, aberto depois de denúncia publicada pelo Jornal Midiamax, conforme apontado na petição inicial encaminhada à Justiça.

De acordo com os promotores, conclui-se que houve dano ao erário, uma vez que o dinheiro público poderia ser empregado em outras áreas da saúde, além de enriquecimento ilícito, com o pagamento de horas que não foram efetivamente trabalhadas pelos profissionais

Além da devolução do dinheiro, o MPE pede que os envolvidos percam os direitos políticos, paguem multa civil e sejam proibidos de contratar com o Poder Púbico, além de não receber benefícios ou incentivos fiscais. Foram denunciados, além de Siufi, Edileuza de Andrade Lopes Dias, Maria Eugenia Faria, Valdmario Rodrigues Junior, Corina Garlhado Martinho, na ação dos promotores Fernando Zaupa, Thalys Franklyn de Souza e Tiago Di Giulio Freire.

Denúncia

Em agosto de 2013, o Jornal Midiamax publicou uma matéria falando a respeito de uma postagem publicada no Facebook, na qual dizia que o vereador Paulo Siufi teria recebido o salário de médico da rede municipal, mas não teria trabalhado em horário integral. Siufi atuou, por cinco anos, no distrito de Aguão, a 40 quilômetros de Campo Grande. Ele teria cumprido apenas 13,345 de sua carga horária.

O post do Facebook dizia também sobre uma suposta auditoria interna da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande, que teria constatado que o vereador e médico, nestes cinco anos, deveria ter cumprido uma jornada de 7.680h, já que era contratado como servidor 20h/semanais, ou meio período todos os dias. Já o compartilhamento da rede social dizia que a auditoria constatou que em cinco anos, Siufi atendeu somente 843 pessoas, tendo recebido em torno de R$ 324,9 mil, ou R$ 385,4 por consulta.