Itel alegou não ter dinheiro para pagar empregados

A Justiça determinou o bloqueio das contas da – uma das empresas citadas na Operação Lama Asfáltica -, para pagamento dos direitos trabalhistas de 92 trabalhadores terceirizados demitidos pela empresa. Isto porque, o Sindicato dos Profissionais de Processamento de Dados e Tecnologia da Informação ingressou com uma ação cautelar na Justiça do Trabalho e teve o resultado favorável.

De acordo com o advogado da entidade, Eliton Aparecido Sousa, a ação pedia o bloqueio dos valores da Prefeitura de , pois a empresa tem em aberto um crédito de quatro meses.

No entanto, a Justiça decidiu bloquear a conta bancária da própria Itel, para que ela viabilize o pagamento integral das verbas rescisórias, independente do repasse do Executivo Municipal.

Somando todos os empregados demitidos, a empresa deve arcar com aproximadamente R$ 1 milhão – a Itel alegava não ter dinheiro parar arcar com o pagamento dos funcionários.

Segundo o advogado, o Juiz da 1a Vara do Trabalho, Carlos Roberto Cunha, em sua decisão, entendeu que a empresa tem recursos suficientes para pagamento dos funcionários, uma vez que já é constituída no Estado e possui outros contratos públicos.

Ainda segundo o advogado, o Sindicato ainda não sabe se o que foi bloqueado é suficiente para arcar com o que é devido aos funcionários. 

Lama Asfáltica

A Operação Lama Asfáltica, na qual a empresa é citada, tornou-se conhecida em 9 de julho, com o cumprimento de 19 mandatos de busca e apreensão, mas começou em 2013, com a Polícia Federal, MPF-MS (Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul), Receita Federal e CGU (Controladoria-Geral da União).

A investigação apura suposto esquema de desvio de dinheiro público por meio de fraude em licitações, envolvendo agentes públicos e alguns empreiteiros donos de diversos contratos milionários com o Poder Público, dentre eles, , dono da Itel Informática. A Prefeitura de Campo Grande, por exemplo, mantinha contrato com a Itel desde 2009, na casa de R$ 13 milhões, mas suspedeu após recomendação do MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul).

Baird e João Amorim, dono da Proteco, que também é investigado pela Polícia Federal, são donos de um jatinho que transporta, de cortesia, políticos de Mato Grosso do Sul. Legalmente, o jato PP-JJB pertence à Itel Informática, de Baird – está em nome do Banco do Brasil e a Itel consta como operadora da aeronave. As caronas atenderiam prefeitos, deputados e até o ex-governador André Puccinelli (PMDB). Juntos, os charás dividem contratos milionários com a administração pública.