Esta semana, quatro projetos do Executivo deram entrada na Câmara
Durante a prestação de contas do primeiro trimestre após reassumir a Prefeitura de Campo Grande, o prefeito Alcides Bernal afirmou que finalmente conseguiu reduzir o déficit mensal do município, mas que o valor ainda está em cerca de R$ 30 milhões. Reverter a situação, portanto, estaria condicionada à aprovação de projetos de arrecadação apresentados nesta semana à Câmara dos Vereadores.
“Um dos projetos, que dispõe sobre depósitos judiciais, pode trazer para os cofres da Prefeitura algo em torno de R$ 28 milhões. O PPI (Programa de Pagamento de Impostos), se aprovado, traz R$ 20 milhões ainda em 2015”, exemplifica, destacando que os cerca de R$ 151 milhões em caixa são de verbas vinculadas, ou seja, que só podem ser gastas para fins específicos.
Segundo Bernal, se os projetos forem aprovados, será possível seguir com o plano de, até o dia 18 de dezembro, efetuar o pagamento do 13º salário de 50% dos servidores. Na mesma lógica, a outra metade deverá receber até 15 de janeiro de 2016. “Estamos necessitando de recursos, que virão dos programas de pagamento incentivado que apresentamos na Câmara. Mas, o funcionamento disso depende da aprovação das matérias. Se não acontecer, vamos efetuar o pagamento, mas será de forma muito limitada. Por isso, é preciso que a Câmara destrave a pauta. Não podem fazer isso em função do pagamento dos comissionados do Olarte”, afirmou Bernal. “Mas, como prefeito, eu não vou permitir que os servidores públicos municipais fiquem sem receber o 13º”, acrescenta.
‘A culpa não é minha’
Durante boa parte da prestação de contas, Bernal e seu secretariado responsabilizaram o colapso financeiro da Prefeitura a Gilmar Olarte, que assumiu o posto de prefeito após a cassação de Bernal em março de 2014. “Nós encontramos um caos financeiro, administrativo e moral na Prefeitura. Os problemas que estamos enfrentando são decorrentes da administração anterior, do gasto exacerbado com pessoal e a má administração de recursos. Para se ter uma ideia, só na Secretaria de Governo a folha de pagamento era em torno de R$ 500 mil, tinha secretária de secretário recebendo R$ 19 mil e famílias inteiras como fantasmas”, relatou o secretário de Finanças, Disney de Sousa Fernandes.
A equipe também destacou diversas ações, parte delas retomadas de projetos e convênios já anunciados por seu antecessor, tais como obras do PAC Mobilidade e qualificação de vias urbanas. Bernal também anunciou o retorno de projetos como o ‘Terceiro Turno’ e “Fila Zero’ na saúde, contratação de mais médicos e ações direcionadas à juventude e se comprometeu a entregar as três UPA (Unidades de Pronto-Atendimento) na região das Moreninhas, Santa Mônica e Leblon até 20 de janeiro.
Dengue
De acordo com o prefeito, a epidemia de dengue já é inevitável neste verão em Campo Grande. “O lira, que é o levantamento que traz os índices de infestação, já aponta que acontecerá epidemia. Então nós já adquirimos 24 novos veículos com borrifadores e colocaremos mais 1200 agentes de saúde na rua, em parceria com as forças armadas, além de estruturar o atendimento na atenção básica. Vamos fazer de tudo para evitar o avanço das doenças causadas pelo mosquito da dengue, que agora também traz a chikungunya e o zica vírus”, afirmou.
Solurb
Sobre o impasse envolvendo a Solurb, Bernal falou que em posse do laudo pericial da Polícia Federal, romper o contrato com a empresa é o caminho necessário. “O laudo recomenda até quais medidas adotarmos, uma delas é encerrar o contrato e a Prefeitura tem a obrigação de buscar isso. Inclusive, já a Procuradoria do município, que vai emitir um parecer jurídico e com base nele vamos tomar as providências”, concluiu.