Demora para abrir dados em MS gera suspeita: protegendo quem?

A dificuldade para acessar dados em MS que já deveriam estar disponíveis gera especulação. Segundo advogados que brigam para ver o básico antes de defender os clientes, suspeita é de que tentam evitar exposição dos ‘peixes graúdos’.

Assim, órgão sul-mato-grossense com fama de comprometido usa os recursos possíveis para segurar relatórios que apontam para ‘rastros reais’ em esquema de corrupção. As informações, inclusive, acabaram nos documentos por ‘descuido’ de gabinete que acompanha de perto cada passo das investigações.

Desta forma, tornou-se um problema legal manter a blindagem sem forçar servidores a ficarem expostos com graves indícios de advocacia administrativa, tráfico de influência, vazamento de dados sigilosos e prevaricação.

Sobrou para atual gabinete a linha de tiro

No entanto, nos corredores do órgão, dizem que antecessores já ‘enquadraram’ atual ocupante de cadeira central: ordem é ignorar todos os riscos para assegurar que fatura seja plenamente entregue. Não se sabe a que custo.

Institucionalmente, já tem gente questionando que limites foram passados no órgão. “Uma coisa era manter um alinhamento para favorecer a instituição nos pleitos básicos, como mais estrutura, melhor remuneração garantida nos repasses. Mas, agora, as suspeitas são outras”, avalia membro.

Além disso, cada vez mais se discutem, nas conversas entre os colegas da instituição, os riscos assumidos para atender às demandas da cúpula. “Os caras resolveram a vida deles e agora, quando o rojão está próximo de estourar, deixaram um gabinete fraco na linha de tiro. Quem vai sofrer é o órgão”, pondera.

Dados em MS revelam ‘rastros reais’ na corrupção

Resistência e supostas manobras para mascarar dados em MS solicitados por outros órgãos reforçam desconfianças que implicam a cúpula da instituição em possível esquema de corrupção articulado em todo o Mato Grosso do Sul.

Papel do órgão seria assegurar a blindagem estratégica de poderosos. Assim, desenrolar de inúmeros casos recentes sofreram efeitos dos esforços para esconder os ‘rastros reais’. Mas, como todo reinado acaba, está difícil evitar que liguem as pontas entre operadores, súditos e rei.

“Pegaram as pontas soltas em vários municípios já, mas tudo aponta para o núcleo da organização criminosa e só não vê quem não quer. Figuras cruciais para a operação mantêm vínculos diretos com os peixes graúdos e isso já está documentado”, afirma servidor que acompanhou parte das investigações.

Desta forma, segundo ele, os dados em MS seriam chave para explicar capilaridade de esquema de corrupção e possuem grande potencial para intervir na disputa eleitoral por uma vaga no Senado Federal das próximas eleições.

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