Fornecedores em MS relatam situações constrangedoras ao atender importante órgão estadual que vivencia grave disputa por poder. Assim, reclamam que passam apuros para atender presidente e vice que vivem se estranhando.
Pedidos duplicados revelam desconfiança mútua na cúpula e todo mundo tem medo de supostos ‘dossiês’ que estariam em andamento.
Como a autarquia tem papel preponderante para os planos eleitorais de 2024, até os servidores temem que a situação se agrave. Segundo os mais experientes, que já presenciaram o funcionamento do órgão em outras gestões, nunca houve tamanho cisma na cúpula.
Além disso, séquito de nomeados estaria ajudando a crise a se agravar. Quem entende de política partidária garante que os desacertos têm origem em racha que separa ninho entre ‘time antigo’ e ‘time novo’.
Fornecedores em MS passam aperto sem escolher um lado
Para completar, como o órgão detém um dos mais visados orçamentos do Estado, fornecedores em MS começam a reclamar porque se sentem expostos a cada pedido de ‘um dos lados’.
“Semanas atrás, o chefe me pediu uma planilha e avisou que era para entregar somente direto para a emissária dele. No mesmo dia, o 02 me pediu a mesma planilha. Fiquei numa sinuca de bico”, relata empresário.
As picuinhas incluiriam situações altamente embaraçosas, como assessora-namorada despachando com poderes alheios ao cargo que ocupa oficialmente e vice desdizendo o chefe na frente de servidores para angariar apoiadores em projeto eleitoral pessoal.
Compliance no papel, treta na prática
Como detém contratos relevantes, o órgão já não tem um passado, digamos, exemplar, do ponto de vista do compliance. “Boa parte dos fornecedores em MS que têm algum problema jurídico atualmente atende ou já atendeu o Departamento. Então eles já atuam no fio da navalha”, diz servidor de carreira.
Segundo ele, são comuns as demonstrações de desacerto entre os dois grupos representados no órgão.
“Um acabou representante da velha guarda, do pessoal que já estava e que quer continuar mandando. O outro, chegou achando que teria mais espaço para manobrar, tem intenção eleitoral e está cobrando espaço. É a receita para uma tempestade perfeita”, resume.
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