Zeca do PT, André Puccinelli e Reinaldo Azambuja foram citados

O Deputado Federal Carlos Marun (PMDB) disse nesta sexta-feira (19) desconfiar das delações do dono da JBS, o empresário Wesley Batista, que citou os ex-governadores de Mato Grosso do Sul Zeca do PT (PT), André Puccinelli (PMDB) e a atual governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB) em supostos esquemas de corrupção. Os três estão oficialmente implicados nas investigações da Lava Jato.

Questionado sobre os impactos das citações dos três personagens em escândalos de corrupção, o deputado afirmou que tem “dificuldade” em acreditar na delação da JBS, e citou também o envolvimento do presidente Michel Temer e Aécio Neves em suposto esquema, ainda de acordo com o empresário. “Fizeram uma campanha para derrubar Temer, desconfio do objeto que levou a essa delação. Tem que ter cuidado”, avisou.  

Conforme reportagem publicada no jornal Midiamax, um dos capítulos da delação de Wesley se refere unicamente a Mato Grosso do Sul. No depoimento, prestado em 4 de maio de 2017 aos membros da Procuradoria-Geral da República Fernando Antonio Oliveira e Sergio Bruno Fernandes, Wesley revelou que funcionaria em MS um esquema de pagamento de propina em troca de redução da alíquota de ICMS (Imposto sobre Circulacao de Mercadorias e Serviços).

O sistema de distribuição de propinas funcionaria desde o governo de Zeca do PT, passando pela gestão de André Puccinelli (PMDB) e ainda em voga na administração de Reinaldo Azambuja (PSDB).

“Mato Grosso do Sul é um esquema de benefícios fiscais para redução da alíquota do ICMS. Esse esquema começou quando o Zeca do PT foi eleito”, revelou Wesley em delação gravada no último dia 4 de maio, e cujo conteúdo deixou de ser sigiloso hoje por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal). O conteúdo das revelações de Wesley e Joesley Batista já foi homologado pelo ministro Luiz Edson Fachin.