Demora dificulta que cartórios emitam certidões de óbito
O delegado titular da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), Márcio Obara, solicitou à Justiça a emissão das certidões de óbito de seis das 16 vítimas de Luiz Alves Martins Filho, o Nando.
Os documentos ainda não haviam sido emitidos porque uma lei impede o cartório de conceder o atestado de óbito após 1 ano, e os corpos em questão ultrapassaram esse prazo à espera dos reagentes para realizar os exames finais da perícia no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), em falta por falta de recursos do governo de Mato Grosso do Sul.
“Solicitamos à vossa excelência que, em caráter de urgência, autorize os respectivos cartórios a lavra dos assentamentos de óbito com respectiva emissão das certidões, uma vez que recentemente, foram concluídos os exames de DNA resultados positivos de vínculo familiar”, solicita o delegado ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, responsável pelo caso.
Com o pedido, os restos mortais das seis vítimas, três homens e três mulheres, ficam à disposição das famílias para sepultamento.
Além das novas vítimas já identificadas por exame da perícia, duas pessoas também mortas por Nando já foram sepultadas. No dia 29 de julho, 1 ano e seis meses depois de ser morta aos 22 anos, Aline Farias da Silva foi enterrada.
No dia 18 de agosto foi a vez de Ana Cláudia Marques, morta aos 37 anos. Ela foi sepultada 1 ano após ser morta e enterrada no cemitério clandestino do Bairro Danúbio Azul.
O caso
No dia 10 de novembro, uma operação coordenada pela Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) resultou na prisão de Nando e seus comparsas. Ao todo, 18 pessoas foram presas por envolvimento no caso. Durante todo o processo de buscas pelas vítimas, Nando negava o esquema de exploração sexual e tráfico e se intitulou um ‘justiceiro’, afirmando que matava aqueles que cometiam furtos na região.
Foram, segundo a polícia, 16 pessoas de todas as idades e sexos, assassinadas por Nando e seus comparsas. Dessas, 13 foram enterradas no cemitério clandestino, todas da mesma forma, amarradas e de cabeça para baixo. As vítimas ainda foram estranguladas, isso porque Nando não gostava de ver sangue.
No dia 20 de dezembro, as buscas pelas ossadas foram encerradas pelas equipes da Polícia Civil, faltando localizar três vítimas de Nando. Conforme apurado pela reportagem, ainda não há previsão para as buscas recomeçaram. Agora, a polícia espera os laudos periciais de vínculos genéticos das ossadas encontradas, para confirmar a identidade das vítimas.