Juiz Odilon anuncia aposentadoria e se diz ‘saturado da hipocrisia’

Pedido de contagem do tempo foi anunciado no Facebook

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Pedido de contagem do tempo foi anunciado no Facebook

Conhecido por sua atuação em casos que envolvem o crime organizado, a ponto de inspirar personagem cinematográfico, um doz juízes mais conhecidos de Mato Grosso do Sul, Odilon de Oliveira, quer se aposentar, antes mesmo do prazo compulsório por lei, que é aos 70 anos. Prestes a completar 68 anos, o magistrado anunciou nesta quinta-feira (23), em sua página no Facebook, que requereu à Justiça a contagem do tempo de serviço, com vistas à aposentadoria.

Chamou a atenção no comunicado, publicado na quarta-feira (23), a afirmação de Odilon do motivo do pedido: ele diz estar “saturado pela hipocrisia da Justiça penal brasileira”.

Odilon, que já aplicou mais de mil anos de sentença contra líderes do tráfico de droga, completa: “Dezoito desses 30 anos, ou seja, 2/3 com escolta policial dentro de casa. Embora tenha causado enorme constrangimento para nossa família, ainda não me arrependi de nada. Na terra, cada vida tem um propósito divino. Caloroso abraço”, finalizou o magistrado.

A postagem, até o fechamento desse texto, tem mais de 270 curtidas e quase uma centena de comentários, em geral de apoio ao trabalho do magistrado.

Carreira política?

Amigos próximos de Odilon dizem que extraoficialmente é intenção do juiz em ingressar na política assim que aposentar. Ele estaria de olho em alguma cadeira no Congresso, ou Senado ou Câmara Federal.

Essa possibilidade é apoiada pelo filho dele, o vereador por Campo Grande Odilon de Oliveira Junior. “Onde ele puser a mão, vai ter contribuição a fazer à sociedade”, afirma.

Odilon de Oliveira já tem tempo suficiente para se aposentar pois além do período na Justiça, tem também tempo de serviço “na roça”, como informou o filho.

A reportagem do Jornal Midiamax tentou falar com o magistrado e a informação é que ele estava em uma audiência nesta tarde.

Currículo

Odilon de Oliveira nasceu em Exu (PE). A família dele mudou-se para o Mato Grosso, fugindo da Seca, em 1953. Trabalhou, assim como os pais, como lavrador até os 17 anos. Alfabetizado em casa, formou-se em Direito aos 29 anos. Antes de atuar na Justiça Federal,  foi procurador federal e promotor de justiça. Entrou na Justiça Federal em 1987.

Ficou conhecido pela atuação envolvendo o crime organizado. Além disso, é titular da única vara especializada em crimes financeiros e de lavagem de dinheiro de Mato Grosso do Sul.

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