‘Berenga’ está preso desde sexta-feira (22) depois de ter sido flagrado, em comitê que seria do candidato à reeleição Márcio Fernandes, usando computador que pertence à prefeitura de Bonito.

O TJ (Tribunal de Justiça) negou liberdade a Newton Cirqueira, o Berenga, chefe de gabinete da prefeitura de Bonito. Ele foi preso na sexta-feira (22) por peculato, depois de ser flagrado em um comitê político usando computador pertencente ao Poder Público local.

Berenga está preso preventivamente na Delegacia de Bonito. Uma denúncia anônima levou o MPE (Ministério Público Estadual) até o comitê, supostamente do deputado estadual Márcio Fernandes (PTdoB), candidato à reeleição.

O parlamentar nega relação com o caso, conforme nota divulgada no sábado (23). Na manhã desta quarta-feira (27), ele foi procurado por telefone pela equipe de reportagem, mas não atendeu a ligação, tampouco compareceu à sessão ordinária da Assembleia Legislativa.

No auto da prisão em flagrante de Berenga consta que “um computador da Secretaria Municipal de Meio Ambiente foi desviado para o comitê eleitoral do candidato Márcio Fernandes e estava sendo utilizado pelos componentes da equipe de campanha”.

Berenga também não quis falar sobre o assunto. Em oitiva, reservou-se o direito de permanecer calado e se pronunciar somente em juízo.

A prisão em flagrante foi convertida em preventiva pela juíza eleitoral de Bonito, Paulinne Simões de Souza Arruda. No sábado (23), a defesa de Berenga tentou reverter a decisão, com pedido de habeas corpus formulado ao TJ, o qual foi negado pelo desembargador de plantão, Luiz Gonzaga Mendes Marques.

Inicialmente, segundo as informações policiais, Berenga disse que o computador da prefeitura encontrado no comitê eleitoral pertenceria ao dono de uma loja de informática de Bonito. O próprio comerciante foi levado à delegacia e certificou que a máquina era diferente de uma encomendada pelo comitê de Márcio Fernandes.

O delegado do caso, Roberto Gurgel de Oliveira Filho, nomeou o próprio dono da loja como perito. Este, por sua vez, constatou que a máquina tinha arquivos da Sema de Bonito, entre outras evidências de que o computador pertence ao município.

Não se sabe, até o momento, com que finalidade o computador seria utilizado. O crime caracterizado nos autos é de peculato, ou seja, cometido por um servidor público, com uso de bem público em favor próprio ou de terceiro.