O fim da votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) 2026 na Câmara de Vereadores de Campo Grande, nesta quinta-feira (3), foi marcada por discussão e bate-boca entre um vereador e um homem na plateia que acompanhava a sessão ordinária. “Segura o [vereador] André [Salineiro] aí”, pediu o presidente da Mesa Diretora, vereador Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), durante a gritaria.
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A briga iniciou-se após o vereador André Salineiro (PL) ouvir que teria votado a favor do aumento do próprio salário. O parlamentar se levantou e começou a gritar para o civil que acompanhava a sessão no plenário.
O homem que acompanhava a sessão fez a acusação após Salineiro terminar de responder à queixa do vereador Jean Ferreira (PT) de que a bancada do PL vota contra o interesse da população.
Discussão e bate-boca
O parlamentar petista se queixou que a bancada do PL votou contra algumas das 112 emendas apresentadas pelo PT à LDO, enquanto os vereadores do Partido dos Trabalhadores votaram a favor de todas as 32 sugestões do PL. “A bancada colocou 112 emendas na LDO porque a gente cultua o orçamento participativo […] votam contra o povo”, lamentou.
Já Salineiro respondeu que o importante é a qualidade das emendas e repudiou o discurso de rivalizar esquerda contra direita. O vereador ainda criticou o debate sobre o fim da escala 6×1, em discussão no Congresso Nacional. “Vocês querem escala 4×3, trabalhar quatro dias e folgar em três, como vai pagar o salário do pessoal?”, questionou.
Ao final da fala, o homem grita da plateia que o vereador votou a favor do aumento do próprio salário. Durante a discussão, o presidente Papy pede para eles se acalmarem.
“Nosso regimento interno não permite manifestação da plateia. Quando for manifestar, que seja com sinais, então, só para alertar que todos estão no plenário, todos são bem-vindos, mas enfim”, pediu.
O tucano ainda alertou os vereadores para fazer as exposições sem ataques pessoais. “Os nosso pensamentos, valores, crenças, ideologias têm que estar em nossa convicção pessoal. Porém, nós não podemos usar o nosso direito de fala, garantido pelo voto popular, para atacar o pensamento e ideologia do outro. Podemos fazer oposição de ideias, mas, quando a gente começa a falar a respeito do outro nomeando, seja o partido ou a ideologia, vai manifestando outras palavras, e isso nunca vai para um caminho bom”, aconselhou os colegas.
O que diz o vereador?
O Midiamax entrou em contato com a assessoria do vereador Salineiro, que encaminhou uma nota sobre o assunto.
O vereador afirmou que o sujeito é um “pré-candidato” que quer chamar a atenção e que já teria comparecido à Câmara em outras ocasiões e provocado outros colegas. Ele apontou que o homem teria começado a gritar “do nada” na parte do fundo do plenário.
“Ele estava longe de mim, no fundo, e eu nem saí do meu espaço no plenário. Nunca votei para aumentar salário de vereador. Pelo contrário, no meu mandato anterior, votei contra isso e eu não ficaria calado ao ser difamado no local onde faço um trabalho sério, conhecido por vocês”, apontou.
Relatório da LDO
Com 277 emendas, os vereadores aprovaram a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para o exercício financeiro de Campo Grande em 2026, em duas sessões, nesta quinta-feira (3), na Câmara Municipal.
Parlamentares apresentaram emendas para garantir recursos a áreas como desenvolvimento, infraestrutura, saúde, educação e outras que buscam melhorias à população. Assim, as diretrizes para a Lei Orçamentária de Campo Grande para 2026 constam no Projeto de Lei 11.777/25, do Poder Executivo.
Na sessão ordinária, ocorreu a votação em primeira discussão. Na sequência, uma sessão extraordinária, em que a proposta foi apreciada em segunda votação.
A LDO estabelece as metas e prioridades da administração pública para o ano seguinte. Assim, para 2026, a estimativa de receita em Campo Grande ultrapassa os R$ 7,4 bilhões. Deste valor, pelo menos 25% precisam ir para a Educação, outros 15% em Saúde e 1% na Cultura.
Então, o projeto segue para sanção ou veto da prefeita Adriane Lopes (PP). Caso haja veto a algumas das emendas apresentadas, retorna para análise na Casa de Leis, que pode manter ou derrubar o veto.
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