Vereadores entrevistados pelo Jornal Midiamax alegam não saber ao certo o que teria motivo o aumento do gasto da Câmara de Campo Grande. Alguns arriscaram dizer que ‘pode ter sido o aumento de trabalho’, mas não apresentaram dados para embasar a desculpa.
Enquanto isso, sob presidência do vereador Epaminondas Vicente Silva Neto, o Papy (PSDB), a Casa de Leis campo-grandense apresentou aumento de 13,11% no custo neste primeiro semestre do ano, se comparado ao mesmo período de 2024.
O percentual representa um montante de R$ 6,557 milhões aos cofres municipais. Ao todo, a Casa de Leis custou até o momento R$ 56,5 milhões dos cofres municipais em 2025.
O balanço consta no Portal da Transparência e revela que, sob a gestão do atual presidente, o uso do caixa não contou com a austeridade esperada. Os maiores pagamentos efetivados pelo Legislativo da Capital são referentes a salário, encargos e benefícios.
Maicon: ‘esclarecimento tem que vir do presidente’
“Acredito que ano passado foram feitos contratos e acaba tendo que honrar o contrato, mas não posso afirmar, pois não faço parte da mesa diretora da Casa, acredito que o esclarecimento tem que vir do Presidente mesmo. Também acredito que é preciso verificar a eficácia legislativa. Se está com um custeio maior, mas se a eficácia está atendendo a população é razoável. O que não pode produzir menos e gastar mais. As indicações que saem da Casa para o Executivo cresceram muito. Eu, por exemplo, tenho mais de 4 mil indicações que partiram do meu gabinete para o Executivo. Isso apenas para um vereador, agora imagine para 29”, disse Maicon Nogueira.
Mais de R$ 34 milhões com remunerações
Apenas com a remuneração dos servidores, foi retirado de caixa o montante de R$ 34.297.814,78. O auxílio-alimentação dos servidores custou aos cofres R$ 4.618.533,38.
“Eu não tinha me fixado nessa informação, mas vou procurar saber e as razões. Normalmente o que acontece muito é que no ano seguinte ao eleitoral, a gente tem um esvaziamento no processo eleitoral de contratação pessoal, pois muitas pessoas têm que trabalhar na campanha e não podem estar, ao mesmo tempo, prestando serviço na Câmara. Normalmente temos uma redução de gasto no último semestre, as equipes dos vereadores que perdem eleição vão se desligando, mas a chegada de novos vereadores tem um custo maior, seja em custeio ou em pessoal. Adaptação de equipes, demissões. Não posso opinar direito, porque preciso procurar saber direito, mas a Casa também aumentou suas atividades. O impulso de serviço que a Câmara está oferecendo para a sociedade talvez pode ter aumentado a despesa, mas ainda não sei precisar”, disse Luiza Ribeiro.
MPMS de olho em contrato com advogados que dobrou
O sistema de digitalização do plenário custou à Câmara R$ 1.020.298,00. Além disso, outros três contratos de informática somam R$ 1.770.767,12 aos maiores gastos da Casa Legislativa.
O ranking ainda destaca o investimento de quase meio milhão em segurança (R$ 487.154,52) e outros R$ 486,7 mil em contrato com distribuidora de medicamentos.
“A questão de gastos é com o presidente da Câmara mesmo, o Papy. Estamos em uma fase da CPI do transporte e precisamos nos concentrar nela. Eu vou me inteirar direito sobre o assunto também”, disse Dr. Lívio.
O Midiamax procurou o presidente da Câmara para falar sobre o aumento nos gastos e entender se o chefe do Legislativo tem um plano para tornar a Casa de Leis mais econômica a partir dos próximos meses.
Papy culpa salários e verba indenizatória
Segundo Papy (PSDB), a principal razão para a elevação dos custos da Casa é o aumento do salário dos vereadores e da verba indenizatória. Além disso, o parlamentar enfatizou que o aumento de contratos como aquele que dobrou o repasse ao escritório Bastos, Claro & Dualibi Advogados Associados, alvo de investigação do Ministério Público de MS, seria uma execução de dotação já aprovada pelo gestor anterior.
Epaminondas ainda prometeu aplicar uma série de medidas de economia, como a não renovação de contratos nos próximos meses. Ele lembrou que teria feito exonerações de comissionados no início da gestão.
O parlamentar destacou que o orçamento da Casa é fruto de duodécimo da Prefeitura de Campo Grande, com previsão orçamentária aprovada no ano anterior. Ele assegurou que, apesar de os gastos subirem, deve devolver cerca de R$ 6 milhões a Adriane Lopes (PP) no final deste ano.
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