Três militares com ligação com Mato Grosso do Sul estão entre os 34 denunciados por tentativa de golpe junto com o ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. A denúncia foi feita pelo PGR (Procurador-Geral da República), Paulo Gonet, e está nas mãos do STF (Supremo Tribunal Federal), que pode tornar o grupo réu.
Dos três militares que já atuaram em MS, dois são ex-ministros de Defesa da gestão Bolsonaro e ocuparam o mesmo cargo também no CMO (Comando Militar do Oeste) como chefe do Estado-Maior da instituição: Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e Walter Souza Braga Netto.
Além deles, também está entre os denunciados o major de Campo Grande, Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, que foi um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal. Ele seria suspeito de integrar o núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral.
No documento, Gonet afirma que o grupo criminoso ‘agiu com violência’ e ‘grave ameaça’ para impedir o funcionamento dos Poderes da República e para tentar depor o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Conforme a acusação, Bolsonaro contou com o auxílio de aliados, assessores e generais para “deflagrar o plano criminoso”, que teria ocorrido por meio de divulgação de desinformação contra urnas eletrônicas, afronta às decisões do Supremo e incentivo ao plano golpista, entre outras acusações.
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Veja lista dos denunciados (por ordem alfabética):
- Ailton Gonçalves Moraes Barros
- Alexandre Rodrigues Ramagem
- Almir Garnier Santos
- Anderson Gustavo Torres
- Angelo Martins Denicoli
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira
- Bernardo Romão Correa Netto
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
- Cleverson Ney Magalhães
- Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
- Fabrício Moreira de Bastos
- Filipe Garcia Martins Pereira
- Fernando de Sousa Oliveira
- Giancarlo Gomes Rodrigues
- Guilherme Marques de Almeida
- Hélio Ferreira Lima
- Jair Messias Bolsonaro
- Marcelo Araújo Bormevet
- Marcelo Costa Câmara
- Márcio Nunes de Resende Júnior
- Mário Fernandes
- Marília Ferreira de Alencar
- Mauro César Barbosa Cid
- Nilton Diniz Rodrigues
- Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
- Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira
- Rafael Martins de Oliveira
- Reginaldo Vieira de Abreu
- Rodrigo Bezerra de Azevedo
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior
- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros
- Silvinei Vasques
- Walter Souza Braga Netto
- Wladimir Matos Soares
STF
A denúncia será julgada pela Primeira Turma do Supremo, colegiado composto pelo relator, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
Se a maioria dos ministros aceitar a denúncia, Bolsonaro e os outros acusados viram réus e passam a responder a uma ação penal no STF.
Pelo regimento interno da Corte, cabe às duas turmas do Tribunal julgar ações penais. Como o relator faz parte da Primeira Turma, a acusação será julgada pelo colegiado.
A data do julgamento ainda não foi definida. Considerando os trâmites legais, o caso pode ser julgado ainda neste primeiro semestre de 2025.
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