A semana política foi marcada com movimentação intensa, tanto no cenário internacional quanto nas cadeiras do parlamento municipal de Campo Grande.
Da taxação imposta pelo presidente Donald Trump às exportações brasileiras, até a eleição da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores da Capital — antecipada em 17 meses —, o Jornal Midiamax resume os principais acontecimentos e como eles repercutiram nas esferas do Poder.
Confira:
Adriane corta gastos por obras na Capital
A semana começou com anúncio da prefeita Adriane Lopes, do PP, encaminhando ao Poder Legislativo três projetos de lei que impactam diretamente o orçamento da Capital.
As medidas, segundo a administração, buscam conter gastos, organizar a gestão das contas públicas e aprimorar a quitação das dívidas da prefeitura, a fim de atender normativas da União para obtenção de recursos que vão garantir pavimentação e melhoria asfáltica para bairros da cidade.
Os projetos foram aprovados com unanimidade pelos parlamentares.
Câmara antecipa eleição da Mesa Diretora
A Câmara de Vereadores de Campo Grande antecipou em 17 meses do prazo formal — previsto para ocorrer somente em dezembro de 2026 — as definições para a composição da Mesa Diretora do biênio 2027/2028.
A decisão marca uma mobilização que chamou atenção em função da articulação que durou cerca de 72h, após anúncio formal da bancada do PSDB em apoio à manutenção do comando do atual presidente da Casa, Epaminondas Neto, o Papy.
Conforme apurado pelo Midiamax, a manobra que consagrou ao tucano a chefia do legislativo até 2028 buscou evitar a necessidade de negociação de cargos na disputa à reeleição ao cargo no próximo ano, que também será marcado pelo pleito eleitoral nacional.
A nova composição da Mesa Diretora para o biênio 2027/2028 altera apenas a vice-presidência e 2ª vice-presidência da Casa de Leis. A partir da nova gestão, Livio Leite sobe para vice de Papy e Ana Portela assume a 2ª posição.
Trump taxa o Brasil
As relações internacionais ficaram abaladas entre Brasil e Estados Unidos. O presidente norte-americano Donald Trump anunciou a imposição de taxas aos produtos brasileiros que entram no país em 50%, o que afetaria cerca de 16% da venda externa nacional e cerca de 6% da exportação sul-mato-grossense.
A justificativa de Trump para a medida foi que o Brasil estaria desrespeitando seu amigo, ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por suspeita de ter liderado tentativa de golpe de estado no 8 de janeiro de 2023. Outro ponto do norte-americano foram as sanções de suposta censura às redes sociais americanas e críticas ao pleito que consagrou o retorno de Trump à Casa Branca. Ele ainda aponta ‘prejuízo’ na relação comercial com o Brasil.
Em resposta, ainda informal via redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou a soberania do País, destaca que os investigados no 8 de janeiro são uma responsabilidade da Justiça Brasileira e que o país rejeita a disseminação de ódio, em referência ao descumprimento de legislação nacional acerca de restrições envolvendo conteúdo nas redes sociais. Lula ainda derruba a fala de prejuízo comercial de Trump apontando para superávit na balança e ameaça responder com a Lei de Reciprocidade, caso as sanções americanas sejam mantidas.
Repercussão dividiu bolsonaristas
Os bolsonaristas Dr. Luiz Ovando (PP) e Rodolfo Nogueira (PL) dividiram opinião acerca da taxação de Trump. Enquanto o médico campo-grandense viu na medida do presidente norte-americano uma reação de aproveitamento do nome do ex-presidente, o colega douradense enxerga lealdade de Trump ao “amigo” na pressão econômica ao Brasil.
Outros parlamentares como Marcos Pollon (PL) vê no episódio o retrato de uma política internacional irresponsável do presidente petista, e semelhante ao colega de partido Rodolfo Nogueira, atribui culpa ao judiciário, que em sua visão, tem adotado posturas incompatíveis com o que o mundo espera de uma nação democrática.
Geraldo Resende (PSDB) avalia que Trump busca interferir no país por ser da ‘mesma estirpe que Bolsonaro, ferrenhos antidemocratas’. Camila Jara, deputada do PT sul-mato-grossense que compõe a base de Lula, atribui responsabilidade da taxação à extrema-direita e afirma que o norte-americano age em reflexo da busca de um projeto pessoal de poder, que não considera as necessidades do Brasil.
Dagoberto Nogueira (PSDB) vê nesse conflito um único afetado político: Jair Bolsonaro. Luiz Ovando considera que o ex-presidente é quem saíra mais afetado — politicamente — dessa disputa.
Senadores defendem reação sob diplomacia
Tanto Nelsinho Trad (PSD), quanto Tereza Cristina (PP), ambos senadores por Mato Grosso do Sul alinhados ao bolsonarismo, defenderam uma reação pautada na diplomacia comercial por parte do Governo Brasileiro.
Trad, que também é presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal, ressalta que não é o momento de misturar questão política com consequências econômicas diretas ao não comentar se o tarifaço Trump vai favorecer a Esquerda ou a Direita.
Tereza Cristina, que chefiou o Ministério de Agricultura sob a gestão de Bolsonaro, afirmou que o momento exige calma e equilíbrio por parte das instituições. A senadora representante da base ruralista, setor que se considera impactado pelas sanções do presidente norte-americano, considera ainda que há instrumentos legais em ambos os países para uma negociação pacífica.
Riedel mantém tom diplomático
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), adotou tom diplomático ao comentar o assunto. O chefe do Executivo destacou que apesar de representar apenas 6% da venda externa do Estado, frente aos mais de 46% negociados com os chineses, a relação comercial com os estadunidenses movimentou 700 milhões de dólares no ano passado e, por isso, precisa considerar o impacto às empresas locais.
Diferente do gestor sul-mato-grossense, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas endossou a campanha bolsonarista em torno da culpabilidade do governo Lula sobre as taxações de Trump. De acordo com o governador paulista, e nome forte da Centro-direita para disputa presidencial em 2026, “Lula colocou sua ideologia acima da economia”.
Entre os outros governadores presidenciáveis, como Romeu Zema (Novo-MG) considerou a medida do norte-americano errada e injusta. O mineiro afirma que “defender a liberdade não pode significar atacar quem trabalha e produz no Brasil”. Já Eduardo Leite, do PSD-RS, defende a soberania nacional e afirma que quem define as “nossas instituições somos nós”. Ronaldo Caiado (União), governador do Goiás, criticou Lula e disse que o petista não teria credenciais para defender a soberania brasileira. Caiado sugere que o Congresso atue nas negociações com Trump.
‘Briga lá, briga cá’: Alems volta a ter bate-boca
E as divergências envolvendo esquerda e direita no contexto da taxação dos norte-americanos ao Brasil fez com que o plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul registrasse mais um episódio de ‘bate-boca’ entre deputados estaduais.
Dessa vez a confusão envolveu os parlamentares Pedro Kemp (PT) e Coronel David (PL).
Durante sessão o deputado petista afirmava que a direita brasileira estaria “colocando uma faca nas costas do Brasil” ao apoiar medidas que, segundo ele, submetem o país aos interesses dos Estados Unidos. O deputado Pedro Pedrossian Neto (PSD) argumentou, então, que as tarifas impostas pelos EUA ferem acordos internacionais em vigor desde 1947, colocando em risco uma parceria historicamente benéfica.
No entanto, Kemp interrompeu o discurso do colega, levando Coronel David (PL) a repreendê-lo: “Não fale agora, você não tem a palavra!”. A resposta de Kemp a David foi imediata: “Abaixe o dedo, aqui no plenário você não é coronel!”
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