A decisão dos frigoríficos em Mato Grosso do Sul em suspender as exportações de carne bovina aos Estados Unidos pode baixar o preço da proteína no mercado interno. O Governo de Mato Grosso do Sul vê como grave a perda de competitividade das cadeias produtivas do Estado com o tarifaço do presidente estadunidense, Donald Trump, que passa a valer a partir de 1º de agosto.
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A medida foi tomada porque os produtos enviados a partir de agora chegariam após o início da taxa de 50% aos produtos brasileiros. O Sincadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul) reforçou ao Midiamax que as plantas frigoríficas continuam com os abates normalmente. A exceção seria para as que estão habilitadas a enviar ao mercado norte-americano, que devem reduzir as escalas de abates.
De acordo com o titular da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, uma das alternativas seria vender essa carne bovina para o mercado interno, o que poderia aliviar o preço e no bolso dos sul-mato-grossenses. Outro ponto de alerta seria o tempo de demora para conseguir exportar parte desta produção para outros países.
“A gente não consegue colocar esse produto rapidamente em outro mercado internacional. A consequência seria colocar esse produto no mercado interno sul-mato-grossense, mercado interno brasileiro, o que obviamente pode haver um aumento de oferta e também uma redução de preço e, na sequência, até uma redução de preço da arroba do boi aos produtores. Por isso que é tão preocupante esse tarifaço”, explicou Verruck.
Segundo a Scot Consultoria, o preço bruto da arroba do boi gordo em Campo Grande, na última segunda-feira (14), à vista, era de R$ 304,50. No interior, o preço desceu para R$ 303,50, em Dourados; e para R$ 301,50, em Três Lagoas.
Exportação de carne
Verruck aponta que 7% da produção sul-mato-grossense é enviada aos Estados Unidos. No caso da carne bovina, o total sobe para 15%. “Nós temos uma série de frigoríficos habilitados à exportação. É o mercado que paga bem por nossos produtos”, diz.
Na avaliação do titular da Semadesc, a medida ideal seria a negociação com os Estados Unidos e adiar a taxação para que houvesse tempo de a carne já pronta ser enviada aos Estados Unidos.
“Hoje foi publicada a Norma de Reciprocidade, quer dizer, o Brasil poderia também taxar os produtos americanos que entram no Brasil, mas a ideia é que coloque isso na mesa para negociação. Nós estamos pedindo, o ideal seria uma prorrogação dessa medida, em vez de ela entrar em vigor no 1º de agosto, que ela fosse prorrogada. Isso daria tempo de a gente manter a exportação daquilo que já está pronto, buscar novos mercados e uma boa negociação”, sugeriu.
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