Sindicato dos Jornalistas de MS propõe comissão para acompanhar feminicídio de Vanessa Ricarte
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O SindJor-MS (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul) pretende criar uma comissão para acompanhar e cobrar providências sobre o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, morta na última quarta-feira (12), pelo ex-noivo Caio Pereira.
Segundo o presidente do SindJor-MS, Walter Gonçalves, durante o protesto pedindo por justiça, neste sábado (15), a ideia é propor aos deputados e governadores um grupo formado por jornalistas, familiares e sociedade civil para acompanhar o processo.
O mesmo modelo já foi usado pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro para acompanhar o caso de Tim Lopes, jornalista morto em 2002, enquanto fazia uma reportagem sobre abuso de menores e tráfico de drogas na favela da Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro.
“Tem que ficar cobrando isso das autoridades para que as coisas andem e sejam punidas. A gente está assistindo mulheres que são mortas com medidas e alguma coisa não está funcionando, a conta não está fechando. A intimação precisa ser rápida. O assassino da Vanessa já tem histórico e ele já teria que ser intimado. Queremos que a sociedade reaja e cobre por medidas eficazes”, explica Walter.
O feminicida Caio Pereira tinha 11 passagens por violência, incluindo ameaças de morte contra a própria mãe. Áudios de Vanessa Ricarte revelaram que desconhecia detalhes sobre o passado violento do ex-companheiro. Ela chegou a pedir por informações à delegada, mas teve o pedido negado.
Inclusive, após denúncia de Vanessa horas antes de morrer, mulheres reclamam da Deam nas redes sociais.
“O jeito que ela me tratou foi bem prolixo. Bem fria e seca”, resumiu Vanessa Ricarte sobre o atendimento da delegada. “Eu, que tenho instrução, escolaridade, fui tratada desta maneira. Imagina uma mulher vulnerável… essas que são mortas”, disse a jornalista em mensagem a uma amiga. “Tudo protege o cara, o agressor”, avaliou a jornalista horas antes de ser morta pelo ex-noivo, Caio Pereira.
Onde tentar ajuda em MS?
Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana.
Além da DEAM, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.
Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180, é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.
As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os finais de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.
Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.
Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.
Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.
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